O fim da temporada 2021 foi em clima de festa. Fortaleza classificado para uma histórica Libertadores. Ceará na Sul-Americana, mas cravando uma boa e segura Série A.
A pandemia de Covid-19 parecia arrefecer, apesar da ameaça da variante Ômicron. Estádios lotados, sócios-torcedores em alta, com recordes sendo quebrados.
Nos clubes, férias 'normais' após dois anos e um longo e raro período de pré-temporada. As estreias mais tardias em 25 anos.
Mas boa parte disso se quebrou para uma dura e repetida realidade. Cito alguns pontos para ordenar o pensamento e mostrar que o início de 2022 já começa turbulento, e os dirigentes alvinegros e tricolores precisam saber se desvencilhar dos problemas da melhor forma.
Embora menos agressiva, menos mortal, a variante Ômicron realmente se instalou em solo cearense, elevando a positividade. No futebol não foi diferente. Ceará e Fortaleza registraram muitos casos da doença. No último treinamento, entre outras causas não relatadas, o Vovô teve 15 ausências. O Leão já registrou 8 casos confirmados da doença no elenco durante reapresentação.
A principal consequência é a interrupção ou abreviação do período de pré-temporada para estes atletas positivados. É uma fase importante de preparação do corpo para o desgaste do ano, feito de forma progressiva até as estreias nos campeonatos. Para muitos atletas o processo foi quebrado.
O que foi ponto alto do fim da temporada 2021 volta a um patamar menor. O público liberado nos estádios cearenses é de apenas 30%, contingente que foi confirmado novamente pelo governador para os próximos 15 dias.
O Clássico-Rei, por exemplo, terá menos de 20 mil presentes, o que gera um desgaste para o sócio-torcedor e reduz a capacidade de arrecadação.
Nos orçamentos para a temporada, Ceará e Fortaleza previam boas arrecadações no início do ano, e essa expectativa já será rompida.
Se janeiro foi 'camarada', praticamente sem jogos, a situação não é a mesma para os meses seguintes. E a carga de jogos vai aumentar progressivamente.
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Já em fevereiro, a Copa do Nordeste já ganha a atenção do Campeonato Cearense. O Alvinegro também tem desafio pela Copa do Brasil. A mesma realidade de março.
Em abril, entram as competições sul-americanas, com estadual e Copa do Nordeste ainda em andamento. Em maio, é a vez da Série A entrar na jogada, com uma rotina de jogos terrível.
Outro desafio 'eterno' para Ceará e Fortaleza é a questão da logística. Com uma malha aérea ruim, para realizar jogos em capitais nordestinas, atletas de Vovô e Leão, muitas vezes, precisam fazer conexões em Brasília ou São Paulo, aumentando muito o tempo de viagem.
Em algumas partidas pela Copa do Nordeste, os times também terão de fazer deslocamentos terrestres, sempre cansativos e desconfortáveis.
Pelas competições sul-americanas, o cenário ainda é desconhecido por conta do sorteio, mas já se sabe que Ceará e Fortaleza jogarão as fases de grupos somente contra equipes estrangeiras. Alguns destinos são tranquilos, como Buenos Aires-ARG, mas outros exigirão mais de 3 dias de viagem e adaptações climáticas.