Pandemia: mudam hábitos, muda o estilo de vida
O que esperar para o futuro depois de dois anos de pandemia? A população vem sofrendo com as consequências deste momento desde o começo de 2020. As pessoas deixaram de fazer atividades físicas, deixaram de ter encontros familiares, deixaram, muitas vezes, de fazer algo que geravam nelas momento de prazer e bem-estar. Compensam assim, muitas vezes, a sua ativação do sistema de prazer e recompensa através da comida e através da bebida. Esta é a realidade observada quase que diariamente nos consultórios. É o que ouvimos nas rodas de conversas entre médicos.
A soma de mais comida, mais bebida e menos atividade física resultou em um ganho de peso da população. As pesquisas comprovam que a saúde mundial sofreu uma queda. No Brasil, a obesidade passou a afetar mais de 20% da população. A doença já é reconhecida como um fator de risco para a Covid-19 e também para outras infecções virais.
Precisamos reconhecer que os hábitos mudaram. As pessoas estão mais tempo em casa, ficam mais ansiosas e consequentemente há comprometimento da qualidade de sono. Existe hoje todo um ambiente propício para o ganho de peso, gatilhos para transtornos alimentares.
A obesidade é uma doença que com ela vêm outras doenças: a diabetes tipo 2, a hipertensão, doenças do coração, doenças no fígado e outras. As consequências da pandemia a médio e a longo prazo precisam ser entendidas. Consequentemente imaginamos e esperamos um maior número de infartos, de Acidente Vascular Cerebral (AVC) nos próximos anos.
Eu espero que o cenário reverta, afinal é preciso acreditar. Sabemos que o estilo de vida não-saudável cria ambiente propício para doenças e está relacionado a uma resposta imune menos eficiente, menos eficaz.
É todo o metabolismo do organismo humano funcionando de forma não-saudável e favorecendo surgimento de doenças. Quando há diversidades metabólicas a resposta imune fica menos eficiente. É de extrema preocupação o cenário atual e precisamos ter consciência sobre isso. É preciso conscientizar a população, investir em hábitos saudáveis. Afinal, só o estilo de vida saudável pode mudar. Caso não, o resultado disso tudo pode ser catastrófico. Hoje e agora é momento para mudança.
Fernando Guanabara é médico referência em qualidade de vida e CEO do Complexo Stimma