Entre alegrias e tristezas

Escrito por Eduardo Fontes - Jornalista e administrador ,

Dezembro é o mês mais rico de significados e de significantes do ano. Tempo de encantos e de desencantos, e Papai-Noel é a figura mítica a vencer o ontem e o hoje. Com suas vestes vermelhas, barriga proeminente, botas pretas, contrastando com a alvura de suas barbas e bigode – tem assento garantido no calendário. É um forte símbolo do Natal, presente nas bolas multicoloridas, nos sinos, nos trenós e nas renas polvilhadas de neve, em meio às tradicionais árvores natalinas, plantadas no interior dos lares, nas praças e nos templos de consumo dos shoppings. O visual das cidades se ilumina, principalmente no Ocidente, onde a fé cristã cresceu e se afirmou ao longo dos séculos. 

A figura de Papai-Noel, antes misteriosa e habitante das noites e das chaminés, capaz de passar até pelas fechaduras, agora é encontradiça à luz do dia, em meio à música e ao brilho das lantejoulas noturnas. Não perdeu o encanto e o ar de mistério, de graça e de beleza, para as crianças de hoje e de ontem, escondidas muitas delas nas figuras dos pais, das mamães, dos vovôs e das vovós, pois cada época guarda o seu significado e o seu aceno. 

Aceno de suave saudade, de inapagável lembrança ainda tão pulsante no coração. Para os chegantes, é hora de plantar a alegria e o sorriso primaveril nas faces de um mundo sempre renascente. Papai-Noel não é inimigo de Deus, embora como este tenha muitos inimigos. O Bom Velhinho ajuda a criar a imagem visível de um Deus invisível, a materializar a mensagem bíblica da confraternização, da amizade, do perdão, da paz, tudo em consonância com a noite esplendorosa e de suaves cantos, de quando nasceu Jesus, como presente divino dado por Deus Pai aos homens de todas as idades, de todos os séculos, de todas as latitudes. Papai Noel encarna também o mistério e o desejo de felicidade inerente ao coração humano. Feliz Natal.

Jornalista e senador constituinte
Mauro Benevides
02 de Maio de 2024