Petrobras se recupera, mas não ofusca queda da Vale, e Bolsa fecha em baixa

Mineradora teve 3% dos papéis em queda, por conta de expectativas negativas para o minério de ferro, e Ibovespa fecha segundo dia de queda consecutiva, com baixa de 0,48%

Escrito por Folhapress ,

A retomada das ações da Petrobras no final do dia não impediu o principal índice da Bolsa brasileira de fechar esta terça-feira (11) em queda. A desvalorização foi influenciada, principalmente, pelo tombo de mais de 3% dos papéis da Vale, na esteira das expectativas negativas para o minério de ferro.

O Ibovespa teve baixa de 0,48%, para 52.474 pontos. Foi a segunda queda consecutiva do índice.

"Foi um dia de pouco volume, mas de volatilidade pequena. Estamos sem direção por causa de agenda vazia. Podemos dizer que foi o pregão mais chato dos últimos quatro meses", diz André Moraes, analista da corretora Rico.

A queda no volume de negócios, segundo analistas, refletiu o feriado do Dia dos Veteranos nos Estados Unidos, que também reduziu a quantidade de operações nas Bolsas americanas nesta terça.

"O baixo volume, não só hoje, mas também nos últimos pregões, mostra que ninguém quer se comprometer. Os investidores querem saber quem vai entrar [no comando do Ministério da Fazenda] e qual a direção que esta pessoa dará à política econômica do país", diz Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos Leandro&Stormer.

Para Moraes, a tendência de curto prazo do Ibovespa continua sendo de baixa. No médio prazo, está indefinida. "Houve uma alta no período pré-eleitoral e uma queda a partir da definição de Dilma Rousseff (PT) como presidente. Tudo pode mudar com a escolha da equipe econômica para os próximos anos. Sinalizar ao mercado que mudanças vão ocorrer é o mais importante", afirma.

Papéis

As ações preferenciais da Petrobras, sem direito a voto, oscilaram no vermelho durante boa parte do dia, mas retomaram o fôlego na última hora de negócios e fecharam em alta de 0,14%, a R$ 14,00 cada uma.

Já os papéis preferenciais da Vale cederam 3,67%, para R$ 19,44 cada um. Essas ações chegaram a recuar 4,51% durante o dia.

"A empresa continua caindo diante de projeções desanimadoras para o minério de ferro. Além da cautela em relação aos investimentos chineses, também preocupa o fato de have um excesso de oferta de minério no mundo, o que contribui para reduzir ainda mais o preço da matéria-prima", diz Julio Hegedus, economista-chefe da Lopes Filho.

Quem também caiu e ajudou a sustentar o Ibovespa no vermelho foi a Ambev, que registrou perda de 1,96%, para R$ 16, após o banco americano JP Morgan ter cortado sua recomendação para a companhia de overweight --desempenho acima da média do mercado-- para neutra.

Em sentido oposto, as ações da Oi lideraram as altas entre os 70 papéis do Ibovespa. Segundo analistas, ainda reflete positivamente na ação a oferta feita pela empresária angolana Isabel dos Santos pela Portugal Telecom, que possui uma parcela da operadora brasileira.

Já a fabricante de aeronaves Embraer viu sua ação subir 3,18%, para R$ 24,02. O relator da medida provisória do subsídio à aviação regional, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), mudou novamente seu parecer sobre o limite de passageiros que podem ser subsidiados em voos regionais, beneficiando a Azul Linhas Aéreas, que usa aviões da Embraer. Na última segunda, a Azul ameaçou cancelar encomenda de aviões se o texto fosse aprovado.

Câmbio

No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia com valorização de 0,65% sobre o real, para R$ 2,565 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,31%, a R$ 2,558.

O Banco Central do Brasil deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 197,6 milhões.

A autoridade deu sequência também ao processo de rolagem dos contratos de swap cambial que vencem em 1º de dezembro de 2014. O BC vendeu 9.000 contratos nessa operação, por US$ 439,5 milhões. Até o momento, a autoridade já rolou cerca de 27% do lote total com prazo para o primeiro dia do mês que vem, que equivale a US$ 9,831 bilhões.

Se mantiver esse ritmo até o penúltimo pregão do mês e vender a oferta integral sempre, como tem feito, a autoridade monetária vai rolar cerca de 80% do lote de dezembro.

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