O sonho de cursar o ensino superior mesmo com os desafios da pandemia

Professores e alunos afirmam que a qualidade do ensino superior tem superado os desafios do distanciamento social através da modalidade de ensino a distância

Escrito por Agência de Conteúdo DN ,
Legenda: Estudantes e instituições de ensino se adaptam ao aumento da demanda por EAD
Foto: Shutterstock

Muitos jovens sonham em cursar uma universidade e dedicam esforços de tempo e dinheiro para conquistar uma vaga no ensino superior. Sempre muito disputadas, universidades e faculdades buscam se modernizar e atualizar o modo de ensino para oferecer um ensino de qualidade e capaz de formar profissionais para o competitivo mercado de trabalho.

E em tempos de pandemia? Como tem sido a busca de jovens alunos para conquistar uma vaga na universidade? Com a incerteza de quanto tempo a pandemia deve durar, alunos apostam o futuro profissional num dos momentos mais desafiadores, estudando à distância e sem o contato físico com o corpo docente e outros alunos.

Paloma Vivanco, 18, iniciou o curso de enfermagem na Universidade de Fortaleza (Unifor) neste ano. A jovem afirma que mostrava certa preocupação a respeito do futuro profissional. A incerteza dos próximos cinco anos de faculdade teve peso para decidir pelo início do curso.

“Eu não queria mais esperar para estudar. Mesmo em meio a pandemia, eu decidi tentar uma vaga na universidade sabendo que seria de maneira adaptada com o curso na modalidade EAD”, disse a estudante.

Legenda: Paloma Vivanco, aluna do curso de enfermagem
Foto: Acervo pessoal

Paloma diz, ainda, que a falta do contato com colegas de sala e professores é um desafio, mas que tem sido um aprendizado que deve levar pelos próximos anos de faculdade. “A gente tem que dar mais de si estudando à distância. Eu tenho que estudar muito mais do que nas aulas presenciais. Além disso, é mais fácil dispersar estando em casa, por isso o foco tem que ser redobrado.”, afirma Paloma.

Se resolver entrar no ensino superior tem sido uma decisão das mais difíceis, do outro lado, os professores se desdobram na criatividade e no profissionalismo para o ensino remoto. Segundo Andrea Chagas, coordenadora do Núcleo de Tecnologias Educacionais (NTE) da Unifor, a pandemia veio para ser um divisor de água na modalidade EAD. A Universidade teve que readaptar horários, maneiras de interagir e passar conteúdo aos alunos. De acordo com a professora, foi preciso uma mudança e uma postura de adaptação para manter a qualidade de ensino e a capacidade de aprendizagem.


“Quando a gente se viu, no ano passado, tendo que se isolar em casa, devido um vírus desconhecido, e os alunos tendo que assistir aulas, as instituições viram-se obrigadas a se adequar. Com isso, a modalidade de ensino a distância (EAD) começa a ganhar mais visibilidade. É claro que o EAD vem crescendo antes mesmo da pandemia, mas só agora que começamos a perceber que muitas instituições que ainda não usavam essa modalidade começaram a utilizá-la”, explica a coordenadora. 

A Unifor, que já atende pela modalidade EAD desde 2003 por meio do Núcleo de Tecnologias Educacionais (NTE), viu no momento pandêmico uma oportunidade de aprimorar as técnicas de ensino a distância. Para Andrea, a pandemia do novo coronavírus não pode ser motivo para diminuição da qualidade do ensino, mas, sim, uma oportunidade para melhorias entre alunos e professores. Ela explica que todos os cursos de graduação da Universidade de Fortaleza eram presenciais, mas por conta da pandemia foram adaptados à modalidade EAD. 

Legenda: Andrea Chagas, coordenadora do Núcleo de Tecnologias Educacionais (NTE) da Unifor
Foto: Acervo pessoal

“Há uma diferença entre os cursos genuinamente à distância e os adaptados à modalidade EAD. A educação à distância é geralmente respaldada por uma série de elementos técnicos, além de professores conteudistas, facilitadores, mediadores e até call center focado nessa modalidade. No caso da enfermagem, da nossa aluna Paloma Vivanco, o curso teve de ser adaptado para que as aulas fossem ministradas. Temos desafios de ambas as partes. Tivemos que dar um suporte técnico mais moderno a um universo de cerca de mil professores que lecionam na Unifor. Além disso, tivemos que capacitá-los para usar as ferramentas. Vale lembrar que os professores não foram treinados, nos seus períodos estudantis, para lidar com a situação que vivemos”, disse a coordenadora.

Tomar a decisão

Mesmo com as incertezas de futuro trazidas pela pandemia, a futura enfermeira aconselha àqueles que estão em dúvida se este é, ou não, o momento ideal para ingressar numa universidade. 

“Eu conheço pessoas que decidiram não entrar na universidade por medo da pandemia. O que eu digo a essas pessoas é que não esperem mais para investir numa universidade. O sonho de fazer um curso superior não pode ser esquecido ou parado pelo momento que estamos vivendo”, aconselha a estudante.

“Eu sei que o momento é bem difícil emocional, psicológico e financeiramente, mas eu acredito muito na educação. Seja na modalidade presencial ou EAD, estude. Procure a educação porque é a base para uma vida melhor”, orienta Andrea.

O NTE

Atualmente, o Núcleo de Tecnologias Educacionais, responsável pela modalidade de ensino a distância da Universidade de Fortaleza, disponibiliza, 27 disciplinas aos alunos, além de apoio pedagógico presencial no polo sede. São 24 funcionários divididos em três áreas: Divisão Administrativa, Divisão de Desenvolvimento de Projetos e Divisão Pedagógica.

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