Entenda por que hipertensos não podem relaxar nos cuidados contra o coronavírus

Cardiologista explica os fatores que colocam este perfil no grupo dos mais vulneráveis

Escrito por Não é Hora de Relaxar ,
Legenda: Mesmo aqueles pacientes que mantêm a pressão controlada com uso diário da medicação não devem relaxar.
Foto: Banco de Imagem

      A pandemia não acabou e a vacina ainda está longe de imunizar todo mundo. Ou seja, ainda não é hora de relaxar. E este é um cuidado que, especialmente os grupos de risco, precisam manter.

Os hipertensos e diabéticos, por exemplo, estão entre os mais vulneráveis ao coronavírus.  

    “Estamos vivenciando um período difícil de enfrentamento de uma doença nova e pandêmica que é a Covid-19, entretanto, não devemos esquecer que doenças crônicas como hipertensão arterial e diabetes mellitus tem alta prevalência e morbimortalidade, merecendo todo nosso cuidado e atenção no seu tratamento”, alerta Dr. Ulysses Cabral, Coordenador do serviço de cardiologia do Hospital da Unimed Fortaleza. 

     No caso da hipertensão arterial, o que torna um paciente com esta doença mais vulnerável é que o vírus pode afetar o músculo cardíaco dele, que já têm o coração sobrecarregado, e causar miocardite (inflamação do miocárdio). Além disso, pode gerar necrose pulmonar, com acúmulo de líquido no pulmão. “A hipertensão arterial sistêmica é uma doença crônica e de alta prevalência. Constitui um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e, desde os primeiros estudos epidemiológicos em pacientes com Covid-19, mostrou-se um fator de risco independente para complicações graves da doença”, explica Dr. Ulysses Cabral. 

    Mesmo aqueles que mantém a pressão controlada com uso diário da medicação não devem relaxar. “Tomando por base os trabalhos com pacientes hipertensos no âmbito da cardiologia, sabemos que o risco de complicações cardiovasculares é muito maior entre os indivíduos mal controlados em comparação aos que mantêm a pressão arterial otimizada. No contexto do Covid-19 isso se replica, entendendo que é uma doença de caráter inflamatório exacerbado”, afirma o médico. 

Estresse e pressão arterial 

    Manter a saúde mental em dia em tempos de pandemia tornou-se um grande desafio para todo mundo. Para os hipertensos, em especial, o estresse deve ser gerenciado para não comprometer o controle da pressão. “A ansiedade, assim como estresse pós-traumático, tem forte correlação com a ineficácia do controle da pressão arterial, sendo necessário, muitas vezes, o uso concomitante de ansiolíticos ou psicoterapia associada ao tratamento padrão”, aponta o cardiologista. “É de suma importância o acompanhamento regular com seu médico cardiologista ou clínico, principalmente para o ajuste das medicações e monitoramento de possíveis complicações associadas à hipertensão arterial”, completa. 

Primeiros sintomas 

     Caso seja infectado, independente da hipertensão, sinais como febre persistente, queda do estado geral e dispneia (falta de ar) são sintomas de alarme para que o paciente com Covid-19 procure uma emergência. “Especificamente nos hipertensos, pode chamar atenção um descontrole súbito na pressão, seja por picos pressóricos ou queda acentuada de pressão numa fase mais tardia. A dor torácica, especialmente aquela de caráter anginoso (opressiva ou em queimação), também é um sinal de alerta, considerando que a hipertensão é um importante fator de risco para doença coronária”, alerta o médico. 

Legenda: Quadro - Cuidados hipertensos

 

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