Morre Zagallo, aos 92 anos, vencedor de quatro Copas do Mundo

Ele estava internado em um hospital do Rio de Janeiro

Legenda: Zagallo foi titular nas Copas de 1958 e 1962, técnico do timaço de 1970 e coordenador da Seleção no Mundial de 1994
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

O ex-jogador e técnico Mario Jorge Lobo Zagallo, lenda do futebol e único tetracampeão do mundo, morreu aos 92 anos. A morte ocorreu na última sexta-feira (5), às 23h41, no Hospital Barra D'Or, no Rio de Janeiro, por falência múltipla de órgãos, resultante de progressão de múltiplas comorbidades previamente existentes.

A notícia foi divulgada na madrugada deste sábado (6), em nota publicada no perfil do Instagram da lenda do futebol. "É com enorme pesar que informamos o falecimento de nosso eterno tetracampeão mundial Mario Jorge Lobo Zagallo", informa o breve comunicado sobre o falecimento do ídolo.

Zagallo será velado na sede da Confederação Brasileira de Futebol, na Barra da Tijuca, neste domingo (7). O velório começará às 9h30 e será aberto para quem quiser se despedir. O sepultamento será às 16h do mesmo dia no Cemitério São João Batista.

Comunicado sobre falecimento recebeu mais de 130 mil interações
Legenda: Comunicado sobre falecimento recebeu mais de 130 mil interações
Foto: Reprodução/Instagram

A nota divulgada ressalta ainda aspectos da vida pessoal de Zagallo. "Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas".

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Trajetória

Zagallo nasceu em Maceió, em Alagoas, em 9 de agosto de 1931. Com menos de um ano se mudou para o Rio de Janeiro, que ele descobriu a paixão pelo futebol. Aos 17 anos, o nordestino Zagallo passou a jogar pelo América Futebol Clube.

Deixa quatro filhos: Maria Emilia de Castro Zagallo, Maria Cristina de Castro Zagallo, Mário César Zagallo e Paulo Jorge de Castro Zagallo. Velho Lobo era viúvo há 11 anos, quando a única esposa Alcina de Castro faleceu em 2012, após 57 anos de matrimônio.

Zagallo, único a participar de quatro das cinco Copas do Mundo vencidas pelo Brasil (dois títulos como jogador e outros dois como treinador e assistente técnico - esteve internado em agosto no Rio de Janeiro devido a uma infecção urinária.

Mas o ex-atacante da Seleção já tinha passado por outros problemas de saúde anteriormente. Após a morte de Pelé, em dezembro de 2022, ficou hospitalizado durante duas semanas por uma infecção respiratória.

Como ponta-esquerda, ao lado do 'Rei', o 'Velho Lobo' fez parte da Seleção Brasileira que conquistou as Copas de 1958 e 1962.

Zagallo e Pelé na preparação para a Copa de 70
Legenda: Zagallo e Pelé na preparação para a Copa de 70
Foto: Fifa

Além disso, foi o treinador do Brasil no título de 1970, assistente técnico no tetra, em 1994, e técnico no Mundial de 1998, que terminou com a derrota brasileira para a França na final.

Os únicos outros dois nomes a ganhar a Copa do Mundo como jogador e treinador são o alemão Franz Beckenbauer (1974 e 1990) e o francês Didier Deschamps (1998 e 2018).

Clubes e entidades lamentam partida de ídolo do futebol

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, decretou luto oficial de sete dias pelo falecimento de Zagallo.

"A CBF e o futebol brasileiro lamentam a morte de uma das suas maiores lendas, Mário Jorge Lobo Zagallo. A CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs neste momento de pesar pela partida deste ídolo do nosso futebol", declarou Rodrigues em nota.

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) também lamentou o falecimento da "lenda do futebol e único tetracampeão", em uma publicação no X (antigo Twitter).

Vários clubes brasileiros começaram a render homenagens ao ídolo em suas redes sociais.

"Nos deixou um herói que moldou a história do futebol brasileiro. Mario Jorge Lobo Zagallo entra para a eternidade como um revolucionário, um pilar histórico do esporte", diz a nota publicada pelo Flamengo.

Por sua vez, o Grêmio se despediu do "Imortal das quatro linhas, um símbolo do futebol brasileiro".

"Marcou história no nosso futebol, como atleta, treinador e dirigente", destacou o São Paulo.


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