Michel conta como foi de 'quase repórter' a ídolo no Ceará; ouça o Bate-Papo com os Craques

Ex-volante começou tardiamente no futebol e quase seguiu outra profissão

Legenda: Michel comemorando gol pelo Ceará
Foto: Divulgação

O ex-volante não teve categoria de base, chegou ao futebol profissional em Sergipe onde ganhava apenas 250 reais no início

Ídolo e guerreiro, duas palavras que se aplicam bem em um dos principais jogadores do Ceará nos últimos anos, no momento de crescimento do clube, onde viveu todo processo, o problema de crise interna com torcida e diretoria, até ascensão no acesso e na Série A do Campeonato Brasileiro. Michel Guerreiro, uma das referências do trio de ferro, chegou ao clube em 2007 por empréstimo, depois ficou em definitivo para se tornar ídolo no clube.

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"Eu peguei a época das vacas magras e também das vacas gordas. Eu cheguei em 2007, acabei jogando muito pouco, na época o treinador era o Marcelo Vilar, então joguei pouco até porque já tinha uma dupla de volantes formada. Quando Marcelo saiu, Dimas deu oportunidade e não saí mais, então consegui ser esse titular como primeiro volante".

Entre as turbulências vividas de 2007 e 2008, o grande ano de coroação foi 2009, o inédito acesso para Série A do futebol brasileiro, sendo uma das principais peças do grupo alvinegro.

"Aquele grupo de 2009 ficou na memória e coração, temos grupo de whats app "guerreiros de 2009", a gente conversa todo dia como se estivesse nas concentrações, jogando toda partida. É e era um grupo unido. Muita gente fala do trio de ferro, mas nós do grupo tínhamos o quarteto e o quinteto, quando Careca e Jardel entravam. Era um grupo muito unido, as resenhas, os raxões. Era incrível!"
Michel
Ex-volante do Ceará

Quase "jornalista" para salário de 250 reais

Michel chegou ao futebol profissional somente aos 24 anos de idade, não teve categoria de base, foi basicamente do subúrbio para a vida profissional. O ex-volante, que quase se tornou jornalista, chegou a trabalhar com produção em rádio. Em um rachão habitual no subúrbio, Michel e o irmão foram observados por um olheiro sergipano para jogar no Nordeste, sem muito dinheiro. Largaram tudo em São Paulo para ganhar R$ 250 na cidade de Riachuelo/SE.

"Trabalhei dos meus 17 até os 22 e quase me tornei repórter. Mas todo final de semana jogava minhas várzeas e em uma dessas, um treinador tava vendo jogo perto da minha casa e gostou de dez jogadores, porque ia ser treinador profissional em Sergipe e levou os dez. Entre eles, eu e meu irmão, a gente largou tudo e foi. Desses dez, só cinco ficaram porque só ganhamos 250 reais. Eu pensei o seguinte: Esses 250 iriam se transformar em 2500, 25 mil e por aí vai. Perseverança", revelou Michel