Jogador de futebol baleado na cabeça por pisar sem querer em pé de traficante tem morte cerebral
O jovem de 18 anos estava internado em estado gravíssimo desde o dia 1º de janeiro, quando foi baleado na noite de Ano Novo no Rio de Janeiro
Kauan Galdino Florêncio Pereira, 18, jogador de futebol amador baleado na cabeça por um traficante após pisar no pé dele durante a celebração do Ano Novo em Queimados, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, teve morte cerebral confirmada na tarde desta sexta-feira (3). A informação foi dada pelo Hospital Posse, em Nova Iguaçu. O crime ocorreu na madrugada da última quarta-feira (1º). Ele estava internado em estado gravíssimo, em coma induzido, de acordo com familiares.
Testemunhas afirmaram que o criminoso teria exigido um pedido desculpas, mas, nervoso, o jovem não se desculpou. Então o traficante, conhecido como "Testa de Ferro", atirou na cabeça do jogador. O homem suspeito é apontado como gerente do tráfico de drogas de uma comunidade.
“Um pisão no pé é o motivo para atirarem em um garoto sonhador? [...]. Não poderiam ter feito isso com um menino de ouro. Ele sempre me deu o maior orgulho. Todo pai tem um sonho de ter um filho como ele. Espero que quem fez isso pague. Que a justiça seja feita", disse o motorista de aplicativo Renato Pereira, pai do jovem, em entrevista à TV Globo.
Kauan, que sonha em ser jogador profissional de futebol, foi socorrido e levado para a UPA de Queimados. No entanto, devido à gravidade do ferimento, foi transferido para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. A Prefeitura da cidade informou que o jovem está internado no CTI da unidade hospital, em estado gravíssimo. A 55ª DP de Queimados investiga o caso.
Segundo o pai de Kauan, nos primeiros minutos de 2025 o filho recebeu uma mensagem no celular afirmando que ele foi selecionado para ser paraquedista em um Batalhão do Exército: "Meu filho começou a dançar e pular de alegria. Ele tinha dois sonhos: ser jogador e paraquedista", desabafou o motorista de app.
Traficante pode ter sido morto
A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro investiga, por meio da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), se o traficante que atirou em Kauan foi morto a mando da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Ele é conhecido na região como Testa de Ferro, e seria liderança do tráfico do comunidade São Simão.
A TV Globo e o g1 apuraram que os chefes da organização não teriam gostado da atitude do traficante de atirar contra Kauan, e determinaram a execução dele para "evitar problemas".
Veja também