Ceará vive dilema em escalação no Clássico-Rei por foco na Sul-Americana

Alvinegro ainda precisa de pontos para se classificar para as semifinais, por isso Clássico-Rei de sábado se torna importante, mas clube tem "decisão" na Sul-Americana na próxima quinta-feira

Legenda: O Vovô vive uma maratona de jogos na temporada, priorizando no momento a Copa Sul-Americana
Foto: KID JUNIOR

Se em condições normais o mistério impera em véspera de Clássico-Rei, no Ceará ele se potencializa pela maratona de jogos vivida pelo clube. Qual time o Vovô escalará para o duelo deste sábado às 16 horas pelo Campeonato Cearense no Castelão? A dúvida é pertinente pelo planejamento do Vovô, que tem 3 equipes diferentes atuando na temporada: time de transição (com jogadores do Sub-20, Sub-23 e reservas do profissional), um time "B" com reservas imediatos mais utilizados e o time titular.

Estes três times tem que revezado em um calendário pesado. O time titular, sob o comando de Guto Ferreira, jogou as partidas mais importantes da Copa Sul-Americana e Copa do Nordete, o time "B", atuou contra o Bolívar na Copa Sul-Americana com Guto Ferreira e diante do Caucaia no Estadual com Daniel Azambuja, e o time de transição fez 3 partidas no Estadual, comandado em dois jogos com Azambuja e um com Juca Antonello.

E o calendário do Ceará prevê 3 partidas em 6 dias. Após entrar em campo na quarta-feira diante do Arsenal de Sarandí pela Sul-Americana, o clube terá o clássico-Rei no sábado, 15, o duelo com o Atlético Cearense no dia 17, e o decisivo jogo com o Bolívar, no Castelão pela Copa Sul-Americana. O mais lógico seria 3 times diferentes, com o time "B", que jogou na altitude, enfrentando o Fortaleza, o time de transição duelando com o Atlético Cearense, e o titular enfrentando o Bolívar.

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Dilema

Mas escalar um time reserva no Estadual seria arriscado, já que o Vovô ainda precisa de pontos para se classificar para a 2ª Fase do Estadual. O Alvinegro tem 10 pontos, 4 de vantagem para o 5º colocado, o Pacajus, por isso precisa ainda pontuar nas duas próximas rodadas. 

Uma vitória no Clássico pode garantir a classificação do Ceará para as semifinais, com o clube tirando o peso do jogo com o Atlético, escalando um time de transição.

Outro fator que pesa a favor da escalação do time titular no Clássico-Rei é o período de recuperação entre o jogo com o Bolívar pela Sul-Americana. Se entre o jogo do Arsenal e diante do Fortaleza são praticamente 3 dias de intervalo, entre o Clássico e o jogo com o Bolívar na quinta-feira é de 4 dias. Ou seja, o período de recuperação do titulares é aceitável, permitindo a utilização deles.
 
O lateral-esquerdo do Vovô, Bruno Pacheco comentou sobre a importância de vencer o Clássico-Rei. 

"A gente sabe da importância de jogar o Clássico e vencer, a questão da confiança é importante para nós e para os torcedores. A gente tem que encarar como se fosse final e buscar a vitória, ainda mais pela nossa equipe. Se quer buscar coisas grandes, nesses jogos temos que propor o jogo e buscar a vitória. Tem sim um clima diferente. Da mesma forma que eles querem ganhar da gente, queremos ganhar deles"
Bruno Pacheco
lateral-esquerdo do Ceará

Peso

Além da importância do jogo para a classificação do Ceará para as semifinais, pesa também um tabu em jogo e o estado anímico do Alvinegro. A última vez que o Ceará bateu o Fortaleza no Estadual foi na temporada de 2018, quando o time alvinegro conquistou o bi-campeonato, vencendo os dois jogos da final. De 2019 pra cá, a equipe do Porangabuçu perdeu cinco, sendo um em fase classificatória de 2020, e quatro em duas finais (2019 e 2020 nos dois jogos), empatando outra.

O estado anímico talvez seja tão importante quando quebrar um tabu. Vindo de uma perda traumática da Copa do Nordeste para o Bahia em casa no último sábado, foi nítido o baque no jogo seguinte, na quarta-feira, no empate sem gols com o Arsenal de Sarandí no Castelão. Portanto, uma vitória no Clássico-Rei seria a injeção de ânimo que o Vovô precisa para uma retomada.