Reconstituição de caso da empresária Jamile é realizada sem a presença suspeito
Delegada responsável pelo caso, Socorro Portela, prevê pedido de prisão preventiva do advogado Aldemir Pessoa Junior
A reconstituição da noite em que a empresária Jamile de Oliveira Correia foi baleada aconteceu nesta quinta-feira (31), no Bairro Maireles, em Fortaleza. A simulação realizada pela Polícia Civil no apartamento onde a vítima morava busca ajudar a esclarecer se o disparo foi feito por ela mesma ou pelo namorado, o advogado Aldemir Pessoa Junior. A empresária morreu no hospital um dia após ser ferida pelo tiro.
Com início por volta das 21 horas, a simulação aconteceu sem a presença de Aldemir, que foi representado por advogados, e durou cerca de duas horas e meia. A iniciativa buscou reproduzir condições semelhantes às do momento em que Jamile foi atingida. Para os familiares da vítima, o não comparecimento de Aldemir foi motivo de descontentamento. Flávio Jacinto, advogado da família, afirmou que o ato pode ser considerado um desrespeito. "Sua ausência demonstra o desprezo que ele tem sobre o fato em si e o desrespeito a apuração dos fatos. Até porque essa era a grande oportunidade dele vim provar o que falou no inquérito", disse.
A ação contou com a participação de agentes da Polícia Civil, Militar, do promotor que atua no caso, dos advogados das duas partes, agentes da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), profissionais da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e do filho de Jamile, um adolescente que estava no apartamento no dia que a empresária foi baleada.
Conforme o cenário montado pela polícia, foi possível constatar que Jamile estava na parte de dentro do closet, de costas para um espelho, enquanto Aldemir estava na frente dela, mais próximo à porta do cômodo. A polícia questionou a informação dada em depoimento por Aldemir, que alegou que o adolescente estava ao lado dele, na porta do closet, enquanto a empresária estava com a arma. Porém, a largura do cômodo demonstrou que não há como duas pessoas ficarem lado a lado no local.
Ao fim da simulação, a delegada responsável pelo caso, Socorro Portela, afirmou que não descarta pedir a prisão preventiva de Aldemir. "Existe a possibilidade de ser renovado o pedido de prisão do Aldemir. Um dos motivos seria para garantir a ordem pública e outros motivos que serão apreciados na leitura do relatório final".
O prazo de conclusão do inquérito policial é de 30 dias, que deverá coincidir com o prazo que o perito vai apresentar o laudo do caso, que será inserido no relatório final, de acordo com a delegada Socorro.