Caso Jamile: Polícia indicia Aldemir por feminicídio e pede monitoramento eletrônico do suspeito
O antigo companheiro da vítima também foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de fraude processual e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
Após quase sete meses, a Polícia Civil concluiu, na última segunda-feira (16) a investigação sobre a morte da empresária Jamile de Oliveira Correia e indiciou o advogado Aldemir Pessoa Junior por feminicídio. Os delegados Socorro Portela e Felipe Porto pediramm o monitoramento eletrônico do suspeito.
Jamile de Oliveira Correia foi baleada dentro do próprio apartamento, localizado na Rua Joaquim Nabuco, por volta de 23h30 do dia 29 de agosto de 2019. E morreu no Instituto Doutor José Frota (IJF), na manhã do dia 31 daquele mês.
Com base nos 62 depoimentos colhidos e nos laudos periciais, os investigadores do 2º DP (Aldeota) concluíram que o crime foi cometido com dolo eventual. "O homicídio, na forma do dolo eventual, fica caracterizado em decorrência da previsibilidade do fato delituoso, da previsão auferida pelo investigado e, consoante a teoria do consentimento ou do assentimento, da continuação da prática delituosa, com o risco de produzir o resultado", explica o Relatório Final.
Aldemir foi indiciado pela Polícia também pelos crimes de fraude processual, por orientar o porteiro do condomínio a limpar o sangue do chão e não comunicar o fato, o que se configurou como alteração do local do crime, além de o advogado, provavelmente, limpar a pistola; e por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
O 2º DP já havia pedido pela prisão temporária do suspeito, mas o juiz negou e aplicou outras medidas cautelares (como não sair de Fortaleza), no dia 18 de setembro do ano passado. Desta vez, os investigadores solicitaram a aplicação de tornozeleira eletrônica para monitorar o advogado.
Família de vítima comemora conclusão da investigação; suspeito não responde
Aurimar Oliveira, irmão de Jamile, comemorou a conclusão do Inquérito Policial, com indiciamento de Aldemir por feminicídio: "Era o que a gente esperava, sempre. Isso deve ser o começo. (Espero) Que ele comece a cumprir a medida punitiva. Foi um trabalho bem feito da Polícia Civil. A gente esperava que começasse com esse indiciamento. A partir daí, que a Justiça seja feita".
Aldemir Júnior não atendeu às ligações da reportagem. Já os advogados de defesa do indiciado ficaram de retornar a ligação com um posicionamento, mas não o fizeram até o fechamento desta matéria.