Plano para Desenvolvimento do Nordeste estabelece prioridades na distribuição de verbas
A ideia é realizar investimentos direcionados a regiões que funcionem como indutores de desenvolvimento; serão 41 polos prioritários, além das nove capitais
O Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE) é uma obrigação constitucional que começou a ser feita no governo Michel Temer. Documentos similares também foram elaborados pelas Superintendências de Desenvolvimento das Regiões Centro-Oeste e Norte, mas Jair Bolsonaro acolheu sugestão do ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto.
Com base em critérios do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o plano estabelece 41 regiões prioritárias para investimentos, além das nove capitais dos Estados. A ideia é que esses polos funcionem como indutores de geração de emprego, expansão do saneamento básico, diminuição das desigualdades de renda e de indicadores como mortalidade materno-infantil e analfabetismo.
"Pensamos os problemas da região, identificamos os potenciais e as áreas em que podemos aportar recursos de forma estruturante. A ideia é tirar de ações difusas, isoladas, e criar algo que sistemicamente faça sentido e desenvolva a região. Nos últimos 14 anos, foram investidos no Nordeste R$ 380 bilhões de recursos federais, como Bolsa Família, BPC, PAC. Muita coisa foi feita, mas se tivesse sido coordenado, muito provavelmente o resultado seria melhor", diz Canuto.
O PRDNE será transformado em lei após tramitar no Congresso Nacional, junto ao Plano Plurianual, planejamento de quatro anos elaborado no início de todos os governos. O horizonte de validade, porém, é de 12 anos.
Congresso
No dia 30 de maio, o documento será enviado ao Planalto e tem de chegar até agosto ao Congresso. Durante a discussão política, a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), os governadores e as bancadas estaduais vão iniciar tratativas políticas para garantir o orçamento. "Aí, sim, haverá conjugação de esforços para definição de prioridades e das possibilidades de o orçamento atender as necessidades do Nordeste", diz Mário Gordilho, superintendente da Sudene.
A ideia é que o documento sirva como um portfólio de projetos prioritários para estimular aporte de verbas federais e estaduais. Ele passará a ser apresentado, por exemplo, para captação de emendas parlamentares.