OMS declara emergência internacional devido ao novo coronavírus

Organização Mundial de Saúde mudou a avaliação sobre o risco global da doença, que teve 170 mortes confirmadas

Escrito por Redação ,

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta quinta-feira (30), emergência internacional de saúde pública devido ao novo coronavírus, mas ressalvou que não há motivos para limitar viagens e comércio com a China, onde a nova doença surgiu. Isso significa que esforços internacionais vão ser mobilizados para combater a epidemia. O anúncio foi feito pelo diretor da instituição, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Foram confirmadas 170 mortes na China. Em relatório, a instituição informa ainda 7.818 infectados em 19 países, sendo a ampla maioria (7.736) na China. Na semana passada, a OMS considerava apenas "alta" o risco de uma epidemia mundial.

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"Nossa maior preocupação é a possibilidade de que o vírus se propague para países com sistemas de saúde mais frágeis (...) Não significa desconfiança com a China", assegurou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "A OMS não recomenda e de fato se opõe a qualquer restrição" a viagens e comércio, acrescentou o chefe da OMS.

No Brasil, o Ministério da Saúde investiga nove casos suspeitos, sendo um no Ceará, onde um paciente está hospitalizado em Sobral.

A OMS apresentou um conjunto de recomendações, como apoio a países com sistemas de saúde mais precários, combate a rumores e desinformação, desenvolvimento de recursos para identificar, isolar e cuidar dos casos, além do compartilhamento de dados e conhecimento sobre o vírus. “Países devem trabalhar juntos no espírito de solidariedade e cooperação. Estamos nessa juntos e só podemos parar juntos. Este é o tempo de fatos, não medo, para ciência, não rumores, para solidariedade, não estigma”, destacou Adhanom.

“A China está tendo um novo patamar para este surto. Meu respeito e agradecimento para os profissionais de saúde que, no meio do festival de primavera, estão trabalhando por 24 horas, durante sete dias por semana, para salvar vidas e colocar o surto em controle”, afirmou o diretor da OMS.

A OMS recomentou um nome temporário para o mal: "2019-nCov doença respiratória aguda" - sendo que o "n" para "novo" e "Cov" para "coronavírus".

EUA

Já os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (30) que identificaram o primeiro caso do novo coronavírus em solo americano: um homem que contraiu a doença de sua esposa. "A segunda pessoa em Illinois que teve resultado positivo para o novo coronavírus é um morador de Chicago" e casado com uma mulher de 60 anos infectada na China, explicou Robert Redfield, diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

A mulher, o primeiro caso confirmado do novo coronavírus em Illinois, havia viajado recentemente para Wuhan, a cidade chinesa onde a epidemia de coronavírus começou. O marido não a acompanhou nesta viagem.

"Sabemos que isso pode parecer preocupante", declarou Redfield, ressaltando, porém, que o "risco imediato para os americanos é baixo". "Não está se espalhando pela comunidade. Não consideramos que a população esteja em risco", disse Ngozi Ezike, diretora de saúde pública de Illinois.

O país ainda não recomenda o uso de máscaras, repetiu Nancy Messonnier, diretora de doenças respiratórias dos CDC. As instruções permanecem as mesmas contra doenças infecciosas: "lavar as mãos, cobrir a boca quando tossir, cuidar-se", disse Nancy Messonnier.

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