Fiéis confeccionam tapete de dois quarteirões na Av. Duque de Caxias, no dia de Corpus Christi

Cerca de 100 católicos preenchem os desenhos no asfalto com raspas de madeira, pó de café, cola e cal

Escrito por Redação , metro@verdesmares.com.br
Legenda: Tapete ocupa uma faixa inteira da Av. Duque de Caxias, no sentido Centro/Aldeota, desde a avenida General Sampaio até a rua Major Facundo
Foto: FOTO: FABIANE DE PAULA

Quem passa pelo Centro da cidade, nesta quinta-feira (20), mais precisamente pela Avenida Duque de Caxias, tem uma obra de arte à disposição do olhar. Atendendo à tradição do dia de Corpus Christi, cerca de 100 católicos se reúnem desde as cinco da manhã para confecção de um tapete ao longo de dois quarteirões da via, com início em frente à Igreja de Nossa Senhora do Carmo.

A obra ocupa uma faixa inteira da avenida, no sentido Centro/Aldeota, desde a avenida General Sampaio até a rua Major Facundo, resultando num retrato de arte e de fé. “Fazemos esse tapete justamente para dar esse louvor, como povo de Deus, para que Jesus passe de forma digna e possamos bendizê-lo melhor”, declara o pároco, padre Douglimar Estevão.

O tapete já é confeccionado há pelo menos cinco anos, e deve ser ampliado, quarteirão por quarteirão, até chegar ao Santuário São Benedito, na Av. Imperador – história da qual a dona de casa Delly Uchoa, 52, quer continuar fazendo parte.

Sempre venho à missa aos domingos, e ajudar na Festa de Corpus Christi era o meu maior sonho – me doar pra quem deu a vida e a última gota de sangue por mim, retribuir esse ato de amor."

O tapete será “desmontado” por volta das 17h30, quando a procissão que sai do Santuário São Benedito rumo à Catedral passará pela Igreja do Carmo.

União

Outra paróquia que reuniu fiéis para montagem de um extenso tapete, este no interior do tempo, foi a de Nossa Senhora das Dores, no bairro Otávio Bonfim. O pároco da igreja, Frei Edson da Silva, explica que a principal mensagem do tapete, desde a confecção, é unidade. 

Legenda: Dezenas de fiéis dedicaram feriado à confecção do tapete na Paróquia Nossa Senhora das Dores
Foto: FOTO: FABIANE DE PAULA

“Cada pastoral pensa num símbolo pra fazer o tapete e, neste dia, todas se reúnem e vemos essa unidade. A simbologia é a união da igreja por Jesus. O tapete em si é a prova do amor e da reverência que temos a Jesus, porque é feito pra Ele passar, e mais ninguém”, declara. A obra feita pelos paroquianos permanecerá intacto até as 18h30, horário em que é celebrada a última das três missas desta quinta-feira (20). 

Já na Igreja Cristo Rei, na Aldeota, a exuberância do tapete é conhecida. O local está aberto à visitação durante todo o dia, até a missa de 17h, quando o símbolo do corpo de Cristo cruza o tapete e segue em procissão pelas ruas do bairro e do Centro da cidade.

A aposentada Francisca Teodora da Silva, 75, realizou, nesta quinta-feira (20), o desejo antigo de ir à igreja e ver os tapetes. Moradora do bairro João XXIII, a cerca de 12km da Aldeota, Teodora “não tinha tido oportunidade” de cumprir a tradição da família: já que a bisavó, a avó e a mãe dela iam com frequência à Cristo Rei para assistir às celebrações.

"Amei ter vindo ver os tapetes! Aproveitei e fiz um pedido a Nossa Senhora, pra ela cuidar da minha saúde", declarou Teodora, ao lado da filha, Francileide Máxima da Silva, e da sobrinha, Alcina Lemos, que a acompanharam no ato de fé.

20 paróquias de Fortaleza
confeccionam tapetes de Corpus Christi neste ano, de acordo com a Arquidiocese de Fortaleza.

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