Nelson Teich presta depoimento na CPI da Covid-19 sobre atuação frente ao Ministério da Saúde
O médico assumiu a pasta logo após a saída de Mandetta e permaneceu menos de 30 dias no cargo
O ex-ministro da Saúde Nelson Teich presta depoimento, nesta quarta-feira (5), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para apurar as ações e possíveis omissões do Governo Federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19. A oitiva do médico começa às 10h.
Ele é o segundo ex-titular do Ministério da Saúde da gestão do presidente Jair Bolsonaro a participar da comissão. Nelson Luiz Sperle Teich esteve à frente da pasta entre 17 de abril e 15 de maio de 2020, menos de um mês. Ele assumiu o cargo logo após a saída de Luiz Henrique Mandetta e, quatro semanas depois, foi substituído por Eduardo Pazuello.
Inicialmente, o médico estava previsto para ser ouvido no Plenário do Senado Federal na terça-feira (4), mas a data teve que ser adiada pelos parlamentares devido ao grande número de perguntas dirigidas ao também ex-ministro da Saúde Mandetta, primeiro a ser ouvido pela CPI.
Em um depoimento que durou mais de sete horas, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta defendeu que baseou as decisões na Ciência enquanto esteve frente à pasta. Ele também falou sobre o uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19 e discordâncias com Jair Bolsonaro.
Além de Mandetta e Teich, a CPI decidiu por convocar o ex-ministro Eduardo Pazuello, o atual gestor da pasta, Marcelo Queiroga, além do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres.
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As convocações dos nomes atendem a uma série de requerimentos aprovados na semana passada na CPI. O relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) são autores dos pedidos. Segundo eles, os depoimentos devem ajudar a esclarecer se o Brasil poderia ter tomado um rumo diferente no enfrentamento a pandemia e mitigado o número de óbitos.
Os cinco são peças-chaves do Governo Bolsonaro na condução da pandemia e podem responder questionamentos de base da comissão, como os motivos do atraso na vacinação, o apoio a medicamentos como a hidroxicloroquina e o apagão de oxigênio no Amazonas.
Adiamento de oitiva de Eduardo Pazuello
O depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que estava marcado para acontecer nesta quarta-feira, foi adiado após o militar informar à CPI teve contato com pessoas suspeitas de estarem infectadas pelo novo coronavírus durante o fim de semana.
"Fui comunicado que o ex-ministro Pazuello teve contato com dois coronéis auxiliares dele, neste final de semana, que estão com Covid. Então ele vai entrar em quarentena", disse o presidente Omar Aziz (PSD-AM).
Diante da informação, a comissão resolveu remarcar a oitiva para o próximo dia 19 de maio, exatos 15 dias, tempo recomendado de isolamento de pessoas com a doença.
Cronograma
O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), definiu o seguinte calendário de convocação para os depoimentos:
- ex-ministro da Saúde Teich prestar depoimento nesta quarta-feira (5);
- atual gestor do MS Marcelo Queiroga e o diretor-presidente da Anvisa Barra Torres serão ouvidos na quinta-feira (6);
- ex-titular da Saúde Eduardo Pazuello será ouvido no dia 19 de maio.