Jovem presa em entrevista de emprego passou 16 dias na cadeia: 'foi um pesadelo'

Lívia Ramos de Souza, de 19 anos, foi detida durante operação contra empresa suspeita de estelionato

Escrito por Redação ,
Lívia Ramos de Souza
Legenda: Lívia Ramos de Souza denuncia ter sido presa por engano em entrevista de emprego
Foto: Reprodução

A jovem Lívia Ramos de Souza, de 19 anos, presa durante uma entrevista de emprego em São Paulo, foi solta na noite de quarta-feira (21) após 16 dias detida. 

Em entrevista ao jornal Extra, Lívia disse que o tempo que permaneceu presa "por engano" foi um pesadelo: "Nunca tinha vivido isso. Estava junto com assassinos, assaltantes... Eu nunca tive contato com pessoas assim", disse.

"Pensava na minha mãe e sabia que ela queria que eu fosse forte. [...] Estou preocupada de arrumar um emprego. Tenho medo que possa acontecer alguma coisa semelhante", relembra Lívia. 

A mãe da jovem, Cristiane Pinto, contou que a filha está em estado de choque e se recusa a sair de casa. "Agora vamos continuar na batalha para provar a inocência dela", afirmou.

A Justiça do Rio de Janeiro determinou, na terça-feira (20), a soltura de Lívia e de outras 13 pessoas detidas na mesma ocasião. Eles tiveram a prisão preventiva convertida em medidas cautelares.

Prisão em entrevista de emprego

Lívia participava de uma entrevista de emprego na empresa Icon Investimentos quando foi presa. A organização foi alvo de uma operação da Polícia Civil contra um esquema de golpes do consórcio, no último dia 5 de junho.

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Os detidos na ação têm entre 18 e 30 anos. No local, foram apreendidos computadores, celulares e documentos com os contratos em nome das vítimas. Havia também um roteiro usado para aplicar o golpe. 

José Mario Salomão Omena, responsável pelas investigações disse, na época das prisões, que mais de mil pessoas foram vítimas. Os golpes somam o valor de R$ 3 milhões

Pais defendem inocência

Cristiane, que trabalha como auxiliar de serviços gerais, afirma que a filha foi à empresa pela primeira vez naquele dia e passava por um treinamento para possível vaga com carteira assinada.

"Ela viu a vaga na internet. Chegando lá, já colocaram ela para fazer treinamento no computador. Não assinou nada, não chegou a fazer venda e não teve movimento de dinheiro entrando na conta dela, só estava treinando. Eu estava no trabalho, e quando foi 20 horas ela me ligou desesperada dizendo que estava presa", denunciou a mãe. 

Além de Cristiane, outros pais também defendem a inocência dos filhos presos na mesma operação. 

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