Jovem participa de processo seletivo em empresa investigada por estelionato e é presa sem querer

Informações foram dadas por familiares de Lívia Ramos de Souza, de 19 anos

Escrito por Redação ,
Lívia estava procurando emprego
Legenda: Lívia está detida desde dia 5 de junho
Foto: Reprodução

A jovem Lívia Ramos de Souza, 19 anos, participava de uma entrevista de emprego na empresa Icon Investimentos, no Rio de Janeiro, quando a Polícia Civil realizou uma ação contra um esquema de golpes do consórcio no local. O caso aconteceu no dia 5 de junho, em operação que deixou Lívia e outros 17 jovens presos. Segundo o GLOBO, a mãe dela Cristiane Pinto Ramos, 51 anos, alega que houve um engano.

Os detidos com idades entre 18 e 30 anos são suspeitos de participação em esquema de estelionato. O delegado responsável pela investigação, José Mario Salomão Omena, afirmou que mais de mil pessoas foram vítimas, e que os golpes somam o valor de R$ 3 milhões.

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No entanto, Cristiane, que trabalha como auxiliar de serviços gerais, afirma que filha tinha ido à empresa pela primeira vez naquele dia e passava por um treinamento para possível vaga com carteira assinada. Lívia foi levada ao Presídio Oscar Stevenson, em Benfica, mas deve ser transferida para outra unidade. 

"Ela viu a vaga na internet, no site Infojobs. Chegando lá, já colocaram ela para fazer treinamento no computador. Não assinou nada, não chegou a fazer venda e não teve movimento de dinheiro entrando na conta dela, só estava treinando. Eu estava no trabalho, e quando foi 20 horas ela me ligou desesperada dizendo que estava presa".
Cristiane Pinto Ramos
Mãe de Lívia

Caso fosse aprovada, iria vender consórcios e ganharia uma comissão com as vendas efetuadas. Por isso, Lívia chegou às 10h no escritório, mas às 14h, os policiais deram voz de prisão para todos os presentes. 

Pais defendem inocência

Cristiane, que viu a filha pela última vez em delegacia, afirma está vivendo momentos de "aflição". Segundo ela, Lívia era estudiosa e querida.

"Estudiosa, trabalhadora, carinhosa. Muito família, tranquila, educada e do lar. Uma menina meiga. Não tem nada que desabone a conduta dela. É cheia de amizades", detalhou.

Além de Cristiane, outros pais também defendem a inocência dos filhos, como é o caso de Ubirajara Tavares. Pai de Kyara Rabelo, 18 anos, explicou que filha só trabalhava no local há um mês. Assim como Lívia, descobriu o emprego pelo anúncio na internet. 

"É muito mole prender para investigar depois. Essa é a minha indignação. Eu estou há uma semana sem conseguir dormir, é só angústia. Criei minha filha dentro de casa, ela não era de rua. Sempre dei educação para ela, ela não tinha maldade. Eu sei como minha filha é, ela é muito inocente. Está difícil para caramba. Não sei expressar".
Ubirajara Tavares
Pai de Kyara

Investigação policial 

A Polícia Civil, responsável por investigar o caso de estelionato, recebeu registros de diversas empresas vítimas de golpes. 

No local, foram apreendidos computadores, celulares e documentos com os contratos em nome das vítimas. Havia também um roteiro usado para aplicar o golpe. 

José Mário defendeu as prisões em flagrante, acrescentando ainda que investigação é encaminhada ao Setor de Inteligência.

"Encontramos uma pessoa negociando um carro inexistente e encontramos o esquema funcionando. Nunca teve carro entregue. Enriquecimento ilícito. Antes, funcionaram em outro endereço, com outro nome", finalizou.

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