Djidja Cardoso acreditava ser 'Maria Madalena' e fazia parte de seita, diz polícia

Djidja é alvo de investigação junto com familiares, que faziam parte de culto batizado de "Pai, Mãe, Vida"

Escrito por Redação ,
Djidja Cardoso no festival de parintins
Legenda: Djidja acumulava cerca de 65 mil seguidores em suas redes sociais quando morreu.
Foto: Reprodução / Instagram

As investigações realizadas pela Polícia Civil do Amazonas apontam que Djidja Cardoso, morta no início da semana, participava de uma seita com forte cunho religioso. O culto, criado pela mãe dela, Cleusimar, também contava com a participação do seu irmão, Ademar. 

De acordo com a polícia, os três acreditavam ser, respectivamente, Maria Madalena, Maria e Jesus Cristo. A mãe e o irmão foram presos preventivamente nesta quinta-feira após a morte da empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido, uma das agremiações do Festival de Parintins. A causa do óbito ainda não foi determinada.

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Conforme publicou o jornal O Globo, Djidja era investigada por participar da seita e obrigar funcionários de uma rede de salões de beleza a consumirem ketamina, um tipo de droga com efeitos alucinógenos.

“A morte tem peculiaridades, principalmente pela possibilidade de uso de fármacos psicotrópicos. Há a possibilidade de ter havido um abuso que levou ao óbito dela (...) Não trabalhamos ainda com a hipótese de homicídio. Para que eu possa dizer que teve uma morte violenta e um homicídio, preciso de elementos de autoria. É o que estamos levantando”, explica o delegado Daniel Antony, da Delegacia de Homicídios.

Mandados de prisão

Mandados de prisão, pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, também foram expedidos contra três funcionários da rede de salões Belle Femme.

O delegado responsável por investigar o crime revelou que foram encontradas centenas de seringas nas lojas da rede — algumas delas prontas para serem usadas — e doses da droga. O irmão de Djidja foi alvo de um mandado pelo crime de estupro.

As investigações da Polícia Civil tiveram início há 40 dias. As drogas eram obtidas pelos envolvidos de maneira irregular em uma clínica veterinária. Pessoas que foram vítimas da seita relataram terem sido dopadas e mantidas em cárcere privado.

“Diversas pessoas já foram ouvidas no decurso da investigação. Duas pessoas relataram fatos criminosos que levam a crer na possibilidade prática de estupro de vulnerável. Inclusive, com a possibilidade de ter acontecido um aborto com uma dessas garotas”, disse o delegado Cícero Túlio.

Djidja acumulava cerca de 65 mil seguidores em suas redes sociais quando morreu. No perfil, ela publicava vídeos de seus treinos na academia e conteúdos sobre o Festival de Parintins. O Boi Garantido, do qual ela participava, prestou homenagens e esteve presente no enterro da ex-sinhazinha, realizado na última quarta-feira (29).

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