Companheira de Lázaro Barbosa diz que foi torturada pela Polícia por localização dele
Segundo a mulher, ela não sabe onde está o homem, que está foragido há 13 dias
A esposa de Lázaro Barbosa Souza relatou, neste domingo (20), que foi agredida por policiais que queriam saber a localização do companheiro. Foragido há 13 dias, o homem é apontado como autor de uma chacina em Ceilândia, no Distrito Federal, e uma série de episódios violentos em diversos estados.
"O policial deu três, quatro tapas no meu rosto. Ele quebrou o rodo da minha tia e ia me bater com o cabo. Eu pensei comigo: Senhor, eu não acho justo eu apanhar com esse cabo de vassoura. O Senhor sabe que eu não sei onde ele está.", disse a mulher, que não foi identificada, em entrevista ao programa Domingo Espetacular.
Segundo a companheira do criminoso, um agente de segurança ameaçou afogá-la, caso ela não revelasse a localização do marido. "Isso é um abuso, eles não podem bater na gente assim", afirmou.
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Procurada pelo programa, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás afirmou que a Polícia age de acordo com protocolos, e que as denúncias serão apuradas.
A esposa de Lázaro ainda afirmou que está sendo ameaçada por pessoas que acreditam que ela tenha informação sobre o esposo.
"Muitos estão falando que eu era cúmplice, que eu sabia de tudo, que eu tinha que morrer. [...] Hoje mesmo uma mulher me falou para eu não ficar andando na rua, porque tem muita gente comentando: por que não mata a mulher dele? Corta o pescoço dela para ver se atinge ele, se ele se entrega", relatou.
Teme que Lázaro seja morto
A mulher já havia revelado que teme pela vida do companheiro. "Temos medo de receber a notícia de que ele morreu. Espero que ele se entregue", disse a mulher em entrevista ao Correio Braziliense na semana passada.
Os dois são pais de uma menina de dois anos que, segundo a companheira, "quase todos os dias chama" pelo Lázaro. "Isso me corta tanto. Ela é muito apegada. É a vida dele. Está todo mundo arrasado".
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O casal se conheceu por intermédio da tia do homem. Nas palavras da companheira, ele tentou largar o crime. Mesmo decepcionada com a conduta de Lázaro, ela afirmou que gostaria de participar das buscas junto às forças de segurança.
"Se a gente tivesse a oportunidade de ir com a polícia para o meio do mato, para convencê-lo a se entregar. A gente não sabe o que aconteceu na mente e no coração dele. A ficha não caiu", declarou.
Ainda na entrevista, a jovem desmentiu as acusações de que o suspeito faz rituais macabros com as vítimas e frisou que ele acredita em Deus.
"Não acredito em nenhum ritual. Ele tinha uma fé em Deus muito grande, foi até pregador da palavra no presídio. Eu só vou acreditar que ele se envolveu mesmo nisso quando ele for pego e falar".
Cerco fechado
As buscas por Lázaro Barbosa entraram no 13º dia nesta segunda-feira (21). Para conseguir encontrá-lo, 270 agentes da Segurança Pública foram deslocados para a missão.
Na última sexta-feira (18), a Polícia Rodoviária Federal colocou barreiras nas estradas de terra e rodovias das regiões de Cocalzinho de Goiás e Águas Lindas de Goiás, e cercaram o suspeito.
Os servidores públicos que fazem parte da força-tarefa estão abordando veículos que passam pela BR-070, seja durante o dia ou madrugada.