Mulher trans cearense é agredida por policiais na Itália

Agentes usaram cassetete e spray de pimenta; caso é investigado

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
Montagem com imagens de mulher agredida por policiais na Itália
Legenda: Mulher foi agredida por grupo de quatro policiais, em Milão
Foto: Reprodução

Uma mulher trans de Fortaleza foi presa e agredida por policiais em Milão, na Itália, na última quarta-feira (24). A cena foi filmada por testemunhas e repercutiu nas redes sociais.

As imagens mostram quatro policiais, entre eles uma mulher, batendo na brasileira com cassetetes em diversas regiões do corpo, inclusiva na cabeça. Os agentes também usaram gás lacrimogêneo, enquanto ela estava caída no chão com as mãos para cima.

A mulher, identificada apenas como Bruna, tem 41 anos. Ela é cearense e se mudou para Milão há 29 anos, segundo reportado pelo jornal italiano Corriere della Sera.

Bruna afirmou que, no momento da prisão, estava discutindo com homens que a insultavam na rua. Segundo a imprensa italiana, os policiais foram ao local atendendo os chamados de pais de alunos, que se queixavam da presença da mulher gritando perto da entrada de uma escola. 

No trajeto na viatura policial até a delegacia, a mulher se lamentou e bateu com a cabeça na divisória do veículo, o que teria irritado os policiais. 

Veja também

"Aquele que era chefe estacionou o carro e disse: 'agora vamos dar uma surra nela'. Ele tentou me puxar pelos cabelos para me fazer descer, mas eu consegui escapar. Me escondi em um canteiro de flores, mas eles me encontraram", disse ao jornal. 

Após a agressão, Bruna foi levada à prisão de custódia, onde passou seis horas e recebeu a visita de um representante do consulado brasileiro. Ela foi liberada. 

Investigação

A Justiça italiana anunciou, nesta quinta-feira (25), a abertura de um inquérito para investigar a agressão. O Diário do Nordeste pediu informações ao Itamary sobre o caso e aguarda retorno.

Bruna disse ao Corriere della Sera que deve processar os policiais envolvidos no caso. Com as agressões, ela teve machucados nas mãos, nos olhos e na cabeça. 

"Foi horrível. Me senti tratada com um cachorro. Eu ergui as mãos e pedi que não me batessem. Fiquei com tanto medo", relatou.

Assuntos Relacionados