Hospital deve pagar por retorno de brasileira que ficou paralisada ao contrair bactéria rara nos EUA
Família realizava uma campanha para arrecadar dinheiro para custear o transporte da jovem ao Brasil
O hospital onde está a brasileira Cláudia de Albuquerque Celada, que ficou paralisada após contrair uma bactéria rara em Aspen, Estados Unidos, decidiu pagar pelo translado dela ao Brasil. Diagnosticada com botulismo — condição neuroparalítica grave e pouco comum —, durante intercâmbio na cidade, a jovem de 23 anos está internada desde fevereiro.
A novidade foi revelada pela irmã da moça, Luísa Albuquerque, nessa terça-feira (16), em publicação nas redes sociais. Segundo ela, a instituição optou por bancar o retorno para evitar que a dívida da família aumente.
"Faz muito mais sentido para eles e para nós que a gente vá embora, porque cada dia que ficamos aqui, o preço aumenta. Eles têm plena noção de que a gente não vai conseguir pagar esses milhões para eles, então quanto menos a gente somar nessa dívida, melhor", explicou.
A parente relatou que a dívida com a unidade de saúde já chega aos 2 milhões de dólares, cerca de R$ 10 milhões. "Se já é difícil para um cidadão americano pagar essa conta, imagina para um brasileiro", disse.
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A família da brasileira, que é de São Caetano do Sul (SP), estava promovendo uma campanha para arrecadar cerca de 200 mil dólares, equivalente a mais de R$ 1 milhão na cotação atual, para custear o trasporte por UTI da familiar de volta ao território nacional. No entanto, com a decisão do hospital, a vaquinha continua aberta e será usada para pagar parte da internação. Até o início da manhã desta quinta-feira (18), a campanha virtual arrecadara cerca de R$ 200 mil.
Essa é uma conta que vai seguir a gente de volta para o Brasil. Todo o dinheiro que seria para pagar a ambulância aérea vai ser para pagar a conta dela, que ainda vai acompanhá-la por muitos anos da vida dela."
Rápida evolução da doença
O caso chama a atenção pela velocidade na progressão da doença, que deixou Claudia com o corpo paralisado e com a respiração comprometida. Luísa Albuquerque detalhou que a irmã começou a se sentir mal no fim de fevereiro, após sair do trabalho.
"Ela tomou banho, jantou e foi tentar dormir, mas começou a sentir falta de ar, visão embaçada e tontura. Ela enviou mensagens para algumas amigas irem ao apartamento dela, mas, infelizmente, por causa do horário, só viram as mensagens na manhã seguinte".
"Quando elas chegaram, a dificuldade de respirar já era muito maior e já havia um início de paralisação facial. Ela foi levada para o hospital e, pouco depois, já estava com 100% do corpo paralisado", completou a irmã da brasileira.