Brasil muda posicionamento na ONU e vota a favor da Ucrânia
País estava se abstendo nas votações sobre a guerra promovida pela Rússia na nação do Leste europeu
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, nessa quarta-feira (12), uma resolução condenando "a anexação ilegal" pela Rússia de quatro territórios da Ucrânia, anunciada na há duas semanas por Vladmir Putin. O Brasil, que estava se abstendo nas votações sobre a guerra no país do Leste europeu, votou a favor da condenação.
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O texto, apresentado por Albânia e Ucrânia e co-patrocinada por cerca de 70 nações, foi aprovado por ampla maioria — 143 votos contra cinco. Somente Rússia, Belarus, Coreia do Norte, Nicarágua e Síria foram contra a decisão. China, Bolívia, Argélia, Paquistão, Honduras e Mali se abstiveram na ocasião.
Antes dessa votação, o Brasil vinha adotando um posicionamento neutro sobre o conflito. Conforme o portal Uol, O Itamaraty acredita que o esforço das potências ocidentais de isolar Moscou somente aprofunda a crise, rompendo canais de comunicação relevantes para buscar um acordo de paz. No entanto, a postura do governo brasileiro é considerado favorável à Putin por europeus e por americanos.
Na semana passada, o Brasil se absteve na votação sobre a criação de um mecanismo de monitoramento dos direitos humanos na Rússia.
O que defende a resolução?
Intitulada "Integridade Territorial da Ucrânia: Defesa dos Princípios da Carta das Nações Unidas", a resolução declara que "os atos ilícitos (referindo-se aos referendos realizados pela Rússia em Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaporizhia em 23 de 27 de setembro) não têm validade alguma, nem servem para modificar, de forma alguma, o status dessas regiões na Ucrânia".
Nesse sentido, o texto pede que os Estados, organizações internacionais e agências especializadas da ONU "não reconheçam nenhuma modificação do status" dessas regiões e exige que a Rússia "revogue imediata e incondicionalmente suas decisões", uma vez que "constituem uma violação da integridade territorial e soberania da Ucrânia e são incompatíveis com os princípios da Carta das Nações Unidas."
Da mesma forma, a resolução pede que a Rússia "retire imediatamente, por completo e sem condições todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente".
Essa é a terceira derrota que a comunidade internacional inflige à Rússia na ONU desde que o país invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, e coincide com uma nova escalada dos bombardeios indiscriminados contra civis e a infraestrutura civil ucraniana.
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