Suspeito preso com anabolizantes no bairro Boa Vista atuava clandestinamente como educador físico

Ele e o irmão recebiam as substâncias pelos correios, usando o endereço da mãe para despistar policiais

Escrito por Redação ,

Um dos suspeitos presos com centenas de caixas de anabolizantes em casa, no Bairro Boa Vista, em Fortaleza, atuava clandestinamente como profissional de educação física em academias de ginástica. Diego de Paula Freire, de 35 anos, é formado em bioquímica e não tem registrado de educador físico. Ele e o irmão, Deval Freire Martins Júnior, de 38, foram presos na manhã desta terça-feira (1º).

Para despistar os policiais, os irmãos recebiam os anabolizantes pelos correios, no endereço da mãe, explicou Renê Mesquisa, delegado adjunto da Divisão Estadual da Narcóticos da Polícia Civil (Denarc). Na casa onde os dois moravam, no mesmo bairro, o material era armazenado. Os policiais também encontraram seringas no imóvel e suspeitam que a dupla também fazia a aplicação em clientes.

A substância apreendida é o Durateston, anabolizante de uso intramuscular. O delegado adjunto do Departamento de Polícia Judiciária Especializada, Marciliano Ribeiro, afirmou que a substância tem venda e distribuição proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Diego e Deval foram presos em flagrante e autuados pelo artigo 273 do Código Penal, parágrafo 1, por armazenamento e venda de substância de fins terapêuticos e medicinais que não tem registro no Brasil. Eles ficaram em silêncio durante os depoimentos. O crime é hediondo e a pena pode chegar a 15 anos.

As investigações buscam identificar os fornecedores e os clientes dos irmãos. O material apreendido que chegou pelos correios foi enviado de São Paulo. Os laboratórios que produzem os anabolizantes estão localizados no México e no Paraguai, ainda segundo a Polícia Civil.

Denúncia anônima

Os policiais chegaram até os irmãos através de uma denúncia anônima, que informou que Diego receberia uma encomenda de anabolizantes no Bairro Boa Vista. "Foram realizadas diligências no local, os policiais ficaram de campana, verificaram um indivíduo com as mesmas características da denúncia recebendo uma caixa. Realizaram a abordagem e, quando abriram, era essa mercadoria", afirmou Mesquita.

O delegado Mesquisa conta que os policiais perguntaram ao suspeito onde ele morava e ele indicou a casa de sua mãe. "A mãe negou e disse que ele morava em outro local. Ao mesmo tempo, o irmão chegou e indicou o endereço onde moravam", explica o delegado.

Os policiais foram até o local, apreenderam as substâncias e três veículos utilizados por eles, dois carros e uma moto. 

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