Surto de Covid-19 em Presídio Militar do Ceará atinge 22 PMs
Dez PMs infectados já foram liberados para prisão domiciliar. Entre os 12 remanescentes, estão quatro acusados pela Chacina de Quiterianópolis
Um surto de Covid-19 atingiu o Presídio Militar do Ceará, localizado no Centro de Fortaleza. Pelo menos 22 policiais militares que estavam presos testaram positivo para a doença, em exames realizados na última terça-feira (20), segundo a diretora da Unidade, tenente-coronel PM Keydna Alves Lima Carneiro.
Dentre os infectados, dez PMs respondem a processos na Vara da Auditoria Militar, da Justiça Estadual, e foram liberados para prisão domiciliar, por entendimento do juiz da Vara, para evitar transmissões do vírus.
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Os outros 12 internos respondem a processos em outras Varas em Fortaleza ou no Interior e precisam da liberação dos juízes das referidas Unidades. "A gestão prisional informou a todos os juízos a confirmação da Covid-19, bem como cientificou de situações internas de isolamento e atendimentos. Hoje (quinta-feira, 22), eles irão ao médico para novas avaliações", revela a tenente-coronel Keydna.
A diretora do Presídio afirma que não pode divulgar a quantidade de militares presos no local por motivo de segurança, mas pondera que "os casos positivados alcançaram número expressivo envolvendo custodiados". Segundo Keydna, a direção da Unidade e a Polícia Militar do Ceará (PMCE) estão realizando todos os esforços possíveis para evitar a transmissão do vírus na Unidade.
O Presídio Militar age periodicamente em checagens de testes de Covid-19, a partir da parceria junto a Coordenadoria de Saúde da Instituição. O Comando (da Polícia Militar) tem dado todo o apoio para uma solução célere que resguarde a proteção dos internos e das guarnições policiais.
Acusados de chacina infectados
Entre os policiais militares infectados por Covid-19 no Presídio Militar, estão quatro agentes acusados de participar da Chacina de Quiterianópolis, que deixou cinco homens mortos e um jovem ferido, naquele Município, em outubro de 2020.
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O sargento Cícero Araújo Veras, o tenente Charles Jones Lemos Júnior, o cabo Francisco Fabrício Paiva Lima e o soldado Dian Carlos Pontes Carvalho receberam o teste positivo para a doença na última quarta-feira (21). No mesmo dia, a diretora do Presídio Militar, tenente-coronel Keydna Carneiro, comunicou os resultados à Vara Única Criminal de Tauá - onde tramita o processo da Chacina - e informou que a Vara da Auditoria Militar tem entendido por levar os presos contaminados para prisão domiciliar.
A defesa do tenente Charles, representada pelo advogado Daniel Maia, aguarda que o cliente consiga ir para prisão domiciliar e reforça a importância da medida: "Manter os PMs presos, contaminados pela Covid-19, em uma unidade prisional que sequer tem enfermaria, é desumano. E, portanto, eles devem ser transferidos para uma prisão domiciliar imediatamente. Até para não colocar em risco os policiais que trabalham nesse Batalhão".