Professor investigado por assediar alunos em troca de aumentar notas é preso em Fortaleza
O homem de 35 anos é investigado por assédio e tentativa de estupro. Os crimes aconteciam dentro de uma escola pública
Um professor de matemática, de 35 anos, foi preso em Fortaleza, pelos crimes de assédio e tentativa de estupro de vulnerável. Os crimes do professor foram divulgados em reportagem do Diário do Nordeste no último mês de maio e o mandado de prisão foi cumprido nessa quarta-feira (14).
O homem, de identidade não revelada com intuito de preservar as vítimas, é investigado por crimes sexuais cometidos contra adolescentes, dentro de uma escola pública na capital cearense.
Ele foi detido por policiais militares, no bairro Vila Velha, após a Justiça expedir mandado de prisão preventiva. Nessa quinta-feira o suspeito (15) passou por audiência de custódia e o juiz decidiu pela legalidade da prisão.
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Os assédios teriam acontecido no fim do ano de 2022, e só foram descobertos pelas famílias das vítimas há pouco mais de um mês. Ao saber da prisão, o pai de uma das vítimas disse "se sentir revoltado por só agora ele ter sido preso, depois de meses".
COMO OS CRIMES ACONTECIAM
A reportagem apurou que, pelo menos, quatro meninos de 13 e 14 anos foram vítimas do mesmo professor. Conforme relato de um dos adolescentes, os meninos eram chamados para um laboratório, onde o suspeito puxava as mãos dos alunos e colocava na genitália dele, prometendo que em troca iria aumentar as notas dos estudantes da última prova.
O caso aconteceu dentro de uma escola municipal localizada na Barra do Ceará.
A família reclama que na época, a diretoria do colégio tomou conhecimento dos fatos, afastou o docente, mas não comunicou os assédios aos pais das vítimas.
A reportagem questionou a Secretaria Municipal de Educação (SME) sobre a denúncia. Por nota, a Pasta informou que está apurando rigorosamente o caso.
"Foi instaurada sindicância, encaminhada para a Procuradoria Geral do Município (PGM), a fim de prosseguir com o Processo Administrativo Disciplinar necessário. O caso também foi informado ao Conselho Tutelar para as devidas providências"
"PRECISAVAM PASSAR POR AVALIAÇÃO"
Em novembro de 2022, um menino de 13 anos relatou que foi chamado junto a três colegas para irem até o laboratório da escola, na companhia do professor.
Chegando ao laboratório, o suspeito disse, segundo os alunos, que as notas deles estavam ruins e, por isso, eles precisariam passar por mais uma avaliação.
"Puxou a mão do meu filho e colocou na genitália dele. Meu filho disse que saiu chorando e foi com os colegas na direção da escola. Na época, a diretora levou o caso até a Secretaria de Educação e o professor foi afastado"
Os meninos se envergonharam decidindo não contar aos pais e, desde então, não receberam apoio psicológico.
Quase seis meses após o ocorrido, uma das vítimas conversou sobre o fato em casa: "eu fiquei muito surpreso de nunca a escola ter me chamado pra dizer nada. Do jeito que ele fez com nossos filhos, ele pode ter feito e fazer com outros. Há seis meses a Secretaria é ciente do caso e sequer colocou a psicóloga à disposição deles. Essas crianças vêm sofrendo bullying no colégio e sem nenhum apoio", afirma o pai.
No último mês de maio, a SME ainda afirmou que agentes da Célula de Mediação Social e Cultura de Paz da SME têm realizado escutas qualificadas junto aos estudantes, seus responsáveis e comunidade escolar.