Policial militar e comparsa são presos em flagrante por extorsão em Fortaleza
Dupla exigia dinheiro da vítima. O militar já respondia por furto, desobediência a superior e deserção
Um soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) e um comparsa foram presos em flagrante, na última terça-feira (29), por suspeita de extorsão contra um homem, em Fortaleza. O militar já respondia por furto, desobediência a superior e deserção.
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) confirmou, por nota, que os dois suspeitos foram autuados em flagrante pelo crime de extorsão, na Delegacia de Assuntos Internos (DAI).
As investigações iniciaram após registro de um Boletim de Ocorrência (B.O.) no 26º Distrito Policial (Edson Queiroz). Durante a formalização da denúncia, a vítima recebeu novas ligações com ameaças e exigências de vantagens financeiras."
A CGD não divulgou o nome dos suspeitos presos, mas a reportagem apurou que se tratam do soldado Willamy Vitoriano e de Nelson Pinto Gomes. O militar foi encaminhado ao Presídio Militar, enquanto o outro preso foi conduzido ao Sistema Penitenciário.
Segundo a Controladoria, "as diligências continuam para elucidar os fatos". "Em desfavor do policial, a Controladoria determinou imediata instauração de processo disciplinar. O mesmo já responde a outros procedimentos disciplinares", completou.
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Furto a veículo na Capital
Willamy Vitoriano já é réu em um processo que tramita na Justiça Estadual, por furto a um veículo Chevrolet Cobalt, ocorrido no bairro Cajazeiras, em Fortaleza, no dia 8 de julho de 2021.
Segundo o Ministério Público do Ceará (MPCE), o policial militar mandou rebocar o veículo - que não era de sua propriedade - mediante pagamento de R$ 100 para o motorista do reboque. O carro estava parado em frente a um condomínio, após se envolver em um acidente.
A defesa do PM afirmou, no processo, que "o denunciado discorda integralmente da narrativa constante na exordial acusatória, haja vista que os acontecimentos não se deram da forma lá narrada. No entanto, prefere somente adentrar no mérito no momento da apresentação das alegações finais, quando já tiver sido realizada a instrução criminal".
Recusa de obediência a superior
O soldado PM Willamy Vitoriano também virou réu em uma ação penal na Vara da Auditoria Militar do Ceará, por recusa de obediência.
Conforme a denúncia do MPCE, o militar, "aos 14 de janeiro de 2020, por volta das 23h49min, postou no grupo oficial de WhatsApp do 19º Batalhão de Polícia Militar, mensagens de endosso ao movimento paredista e criminosos que se deflagaria dali a menos de um mês".
"Vamos aguardar, galera. Não tem segredo. Operação padrão", teria dito o PM. Um major o questionou o que seria a "operação padrão", e o soldado retrucou: "Vou lutar por minha corporação até o fim".
"O denunciado ainda prosseguiu, em flagrante desobediência ao seu superior, afirmando que tinha expressão de liberdade para falar todas as coisas que queria, e que enquanto fosse 'soldado dessa valorosa instituição', iria lutar por melhorias", narrou o MPCE.
No processo, a defesa de Willamy Vitoriano afirmou que "durante o transcorrer da lide penal restará provado que os fatos não se passaram conforme narra a denúncia".
O policial militar ainda responde a dois Inquéritos Militares por deserção, devido ao acúmulo de faltas ao serviço.