Polícia Civil investiga se assassinato de enfermeira em Fortaleza está ligado à denúncia de ameaça
A primeira informação que surgiu para a Polícia, no local do crime, dava conta que o homicídio tinha sido motivado por uma briga de trânsito
As apurações da Polícia Civil do Ceará (PCCE) sobre o assassinato da enfermeira Jandra Mayandra da Silva Soares, de 36 anos, dentro de um veículo, no bairro Pirambu, em Fortaleza, trabalham com pelo menos duas linhas de investigação sobre a motivação do crime: discussão de trânsito ou relação com uma denúncia de ameaça.
A primeira informação que surgiu para a Polícia, no local do crime, dava conta que o homicídio tinha sido motivado por uma briga de trânsito, na noite da última quarta-feira (15). Segundo testemunhas, um motociclista colidiu na traseira do carro da vítima, na parada de um semáforo.
Pouco tempo depois, o mesmo motociclista bateu no retrovisor do carro dirigido por Jandra Mayandra. Em seguida, o suspeito passou pelo automóvel e efetuou disparos contra a enfermeira, que morreu no local, na Avenida Presidente Castelo Branco. Uma passageira do carro saiu sem ferimentos.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, se deslocou para a ocorrência e colocou uma equipe para investigar o caso. A reportagem apurou que os policiais do DHPP realizam levantamentos na região e oitiva de testemunhas, desde então.
Outra linha de investigação surgiu durante o trabalho policial. A reportagem apurou, com fonte da Polícia Civil e com um colega de trabalho da vítima, que Jandra Mayandra registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.) pelo crime de ameaça, em 2023.
A enfermeira teria sofrido ameaças, nas redes sociais, de uma suposta funcionária demitida de uma empresa terceirizada, que prestava serviços a uma unidade de saúde onde a vítima trabalhava. Nas mensagens, a mulher atribuía a Jandra a responsabilidade por ela ter sido demitida.
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'Ela não merecia essa brutalidade', diz amiga
Renata Araújo, amiga de infância de Jandra Mayandra, afirma que a enfermeira "era uma pessoa muito especial, uma pessoa de caráter ímpar, que só tinha a oferecer e cuidar. Ela acordava e ia dormir sorrindo. Se ela tivesse passando por algum problema, não deixava passar para nós. Era uma alma boa".
A amiga afirma que Jandra "não merecia a brutalidade que aconteceu com ela". "Eu fico sem saber porque ela foi tão cedo. Uma pessoa tão boa, era de casa pro trabalho, só gostava de ir pra igreja e cuidar da cachorrinha dela, que tá aqui chorando, por falta da 'mãezinha' dela", lamenta.
Jandra Mayandra da Silva Soares era natural de Floriano, no Piauí. Ela era gerente administrativa no Hospital Dr. Oswaldo Cruz (Hdoc) e antes havia trabalhado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobral.
O Hdoc publicou uma mensagem em que presta "o mais profundo pesar pelo falecimento" da gestora: "Desejamos os mais sinceros sentimentos à família e amigos neste momento de luto".
O Conselho Regional de Enfermagem do Ceará também lamentou a morte da enfermeira: "É com profundo pesar que o Conselho Regional de Enfermagem do Ceará lamenta o falecimento da enfermeira Dra. Jandra Mayandra Da Silva Soares, colaboradora do Hospital HDOC Fortaleza. Expressamos nossos mais sinceros sentimentos aos familiares, amigos e colegas de enfermagem".