PF desarticula esquema internacional de exploração sexual em Fortaleza

Conforme investigações, um grupo era responsável por levar mulheres do Ceará para países como Itália e Eslovênia, na Europa

Escrito por Redação ,

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (15/) a Operação Marguerita nos estados do Ceará, Bahia, Minas Gerais e São Paulo com o objetivo de desarticular grupo criminoso internacional especializado em tráfico de pessoas para fins de exploração sexual.

Conforme informações da PF, as vítimas eram levadas de Fortaleza para a Itália e Eslovênia, na Europa. O contato era feito por meio de agenciadores e empresários de agências de viagem de Fortaleza. A maioria das mulheres exploradas pelo grupo já atuavam como prostitutas no Ceará.

A delegada Juliana de Sá Pereira Gonçalves Pacheco, coordenadora da operação, afirmou que muitas das vítimas já sabiam que iriam atuar como garotas de programa fora do país. Porém, as condições não eram como os agenciadores haviam prometido. "Lá elas eram obrigadas a trabalhar por várias horas seguidas em mais de uma boate. Pois o lucro dos exploradores crescia de acordo com o número de programas.", detalha.

A coordenadora da Operação Marquerita disse ainda que cada mulher recebia cerca de 200 euros por noite, mas que metade do apurado era dos responsáveis pelo esquema de exploração.

Para apurar informações, cerca de 92 policiais federais e autoridades da Europa cumpriram 13 mandados de busca e apreensão, 13 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 18 mandados de condução coercitiva, todos expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal no Ceará.

Suspeitos

A rede criminosa é composta por aliciadores, responsáveis pelo recrutamento, transporte, viagens para o exterior, acolhimento, alojamento e exploração sexual de mulheres nos países de destino.

Operação

A operação foi batizada de “Marguerita” em alusão ao nome da principal boate (Margerita) na Eslovênia, onde se exploravam sexualmente as vítimas.

Crime

O crime de tráfico internacional de pessoas com a finalidade de exploração sexual trata de grave violação de direitos humanos, considerando a situação de vulnerabilidade das vítimas, que muitas vezes, iludidas pelos aliciadores, mediante fraude, são levadas a países da Europa e submetidas à condição degradante.

Os presos serão indiciados por crime de tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual (Art. 149A, V, §1º, IV, do CPB), associação criminosa (Art. 288 do CPB) e lavagem de dinheiro (Art. 1º, da Lei nº 9613/98), com pena prevista de até 25 anos de reclusão.
Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.