PF cumpre mandados em Fortaleza durante operação contra fraudes em contratos no Porto de Santos
As irregularidades em processos licitatórios das áreas de tecnologia da informação, dragagem e consultoria investigados somam mais de R$ 37 milhões
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (31) uma operação que investiga fraudes em contratos no Porto de Santos. São cumpridos 7 mandados de prisão temporária e 20 de busca e apreensão em sete cidades, incluindo Fortaleza, e o Distrito Federal.
Batizada de "Tritão", a operação é realizada em conjunto com a Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas da União, Receita Federal e Ministério Público Federal. O alvo da investigação é a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal ligada ao Ministério dos Transportes e que administra o Porto de Santos. Lá, os processos licitatórios das áreas de tecnologia da informação, dragagem e consultoria investigados somam mais de R$ 37 milhões.
Além de Fortaleza, Rio de Janeiro e o DF, as cidades de São Paulo, Santos, Guarujá, São Caetano do Sul e Barueri têm mandados cumpridos por 100 policiais federais, 8 auditores da CGU e 12 servidores da Receita Federal . Todos foram expedidos pela 5ª Vara da Justiça Federal de Santos.
Segundo a PF, as suspeitas de irregularidades surgiram com um vídeo postado na internet em setembro de 2016. Nele, um assessor do presidente da CODESP confessa a prática de diversos delitos na companhia. O inquérito foi iniciado em novembro de 2017 após o conteúdo do vídeo ser enviado pelo Ministério Público Federal à PF.
Os contratos irregulares seriam realizados através de fraudes envolvendo agentes públicos ligados à estatal e também empresários. As investigações apontam "contratações antieconômicas e direcionadas, aquisições desnecessárias e ações adotadas para simular a realização de serviços", afirma a PF em nota.
Os investigados devem responder. de acordo com a participação de cada um, por associação criminosa, fraude a licitações, peculato, corrupção ativa e passiva. As penas são de 1 a 12 anos de prisão.
O nome da operação, Trirtão, faz referência ao rei dos mares na mitologia grega.