MP deflagra operação para desarticular esquema de corrupção em UPA no Eusébio; Administrador é preso
A 'Operação Banquete' chegou a 5ª fase nesta terça-feira (27). Todas as fases correspondem à supostas fraudes em licitações na Prefeitura do Eusébio
O Ministério Público do Ceará (MPCE) deflagrou nesta terça-feira (27) uma nova fase da 'Operação Banquete' para apurar suposta prática de corrupção em contratos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Três mandados de prisão foram expedidos e dois cumpridos até o início desta tarde.
A reportagem apurou que um administrador foi preso no Eusébio e um empresário já se encontrava detido em um presídio na cidade de Aquiraz. A terceira pessoa ainda era procurada até as 13h15. Esta, de nome não revelada, é gestor em saúde. Também foram expedidos mandados de busca e apreensão que são cumpridos em Fortaleza, Horizonte e Pindoretama.
O promotor de Justiça e coordenador do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) à frente de todas as cinco fases da 'Operação Banquete', Flávio Bezerra, afirmou que as suspeitas apontam que o administrador preso utilizava a sua experiência na Administração Pública no município do Eusébio para intermediar a contratação de determinada empresa envolvida no esquema para intermediar recebimento de propina e manter contrato de fornecimento de alimento na UPA.
"Os fatos ocorreram pelo menos até o fim de 2020. O MP ainda apura o valor do prejuízo aos cofres públicos, mas já identificou suposto pagamento de propina e como isso acarretou o superfaturamento. O MP vai analisar todo o material apreendido para identificar possíveis outros beneficiários", pontuou o promotor.
Investigação
Segundo o Geoc, a investigação apontou uma aparente associação criminosa "em que empresários teriam mantido pagamento regular de propina a gestores e terceiros, para manutenção de contratos com a UPA de Eusébio".
Dentre os investigados estão ainda empresários do setor de alimentação e um ex-chefe de Gabinete de Prefeitura, que também já integrou a Secretaria de Governo e a articulação política da cidade. Até o momento foram apreendidos eletrônicos e documentos.
Empresas ligadas aos investigados receberam mais de R$ 9,4 milhões por contratos com o Município"
Por nota, a Prefeitura Municipal do Eusébio reiterou afirmando "que permanece empenhada em adotar todas as medidas para assegurar a moralidade na administração pública do município. Está colaborando com as investigações dos órgãos competentes e acompanha atentamente os desdobramentos, para – se necessário – tomar as devidas providências".
Demais fases
A primeira fase da 'Operação Banquete' foi deflagrada em agosto do ano passado. Desde então, conforme o Ministério Público, já foram ofertadas denúncias contra 24 pessoas, cumpridos 20 mandados de prisão, 32 de busca e apreensão e seis afastamentos de agentes públicos.