Mais de 3.800 televisões e celulares foram retirados de presídios, diz secretário

Em entrevista exclusiva ao Sistema Verdes Mares, Luiz Mauro Albuquerque reforçou que os “procedimentos mudaram” para “retirada de regalias”

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(Atualizado às 19:17)

O trabalho de “limpeza” das unidades prisionais cearenses já resulta em um número que espanta: mais de 3.800 dispositivos eletrônicos foram apreendidos e retirados do poder de internos. O total foi contabilizado pelo secretário da Administração Penitenciária do Ceará (SAP), Luiz Mauro Albuquerque, em entrevista exclusiva ao Sistema Verdes Mares.

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A ação, adotada como resposta aos ataques no Estado – e cujas ordens partem das unidades de privação de liberdade –, foi classificada por Mauro como “retirada de regalias”. “Os procedimentos mudaram. Foram retirados televisões, rádios e celulares, além da eletricidade na cela, para não conseguirem recarregar os celulares, se conseguirem entrar – porque existem várias formas de entrar. Fizemos isso também para eles não eletrificarem as celas e usarem contra o agente”, explicou.

De acordo com o titular da SAP,  mais de 1.300 televisores – “que não é que eram proibidos e estavam lá dentro, mas eram uma regalia” – e 2.500 aparelhos celulares já foram retirados das unidades prisionais. A forma como os dispositivos chegam até os internos, porém, ainda é desconhecida. “Estamos estudando. O desvios de conduta de servidores, se houver, vão ter resposta. Quem tem desvio de conduta vai responder pelo fato”.

Desde o dia 2 de um janeiro que parece não ter fim, já são mais de 250 ataques criminosos em 50 municípios cearenses. O início se deu justamente após o secretário da Administração Penitenciária afirmar que “não reconhece facções” no Estado, posição que, ainda hoje, o titular da SAP ratifica. Para Mauro, o conjunto de ações é para “colocar uma lógica e reorganizar o sistema”, sobre o qual “o Estado tem controle total, entra a qualquer hora, está lá dentro o tempo todo”.

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