Família é expulsa de casa após criança atingir celular de membro de facção com bola em Fortaleza

Segundo os pais do menino, o criminoso pediu R$ 800 para consertar o aparelho, e o casal falou que não tinha condições de arcar com o prejuízo

Escrito por Itallo Rocha e Rafaela Duarte , seguranca@svm.com.br
Foto de agentes da Força Tática da Polícia Militar do Ceará
Legenda: Policiais militares foram à residência, que era alugada, e viram que os criminosos haviam levado todos os pertences pessoais da família
Foto: Thiago Gadelha

Um casal com quatro filhos foi expulso por membros de uma facção criminosa de um apartamento localizado em um conjunto habitacional do bairro Paupina, em Fortaleza, na noite dessa terça-feira (21). Nenhum suspeito foi preso ou apreendido. 

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que "levantamentos de inteligência e investigações preliminares realizadas, nessa quarta-feira (22), pelas Polícias Militar do Ceará (PMCE) e Civil do Estado do Ceará (PC-CE) apontaram uma motivação divergente da que foi divulgada pela imprensa" para a saída da família.

A pasta, porém, não informa qual seria essa motivação. "Diligências estão em andamento e detalhes não podem ser divulgados para não prejudicar o trabalho policial", diz a nota (leia a íntegra abaixo).

O que diz a família

Conforme a família, o fato aconteceu porque, na semana passada, o filho mais velho do casal, de dez anos, estava jogando futebol.

Na ocasião, ele atingiu com a bola o celular de um integrante do grupo, e o aparelho ficou danificado. Segundo o carpinteiro e a esposa – que tem 26 anos e está grávida –, o criminoso pediu R$ 800 a eles para consertar o celular, e os dois falaram que não tinham condições de arcar com o prejuízo.

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Assim, conforme o homem e a mulher, o membro da facção criminosa os ameaçou a família de morte se eles não dessem outro aparelho quanto antes.

Objetos pessoais

Eles relatam que saíram de casa levando alguns objetos pessoais, como roupas e documentos, e foram pedir ajuda à Polícia Militar.

Os agentes da instituição foram à residência, que era alugada, e viram que os criminosos haviam levado todos os pertences pessoais da família.

Desempregado

Ao Diário do Nordeste, o homem, de 30 anos, contou que trabalha como carpinteiro, mas que está atualmente desempregado. O aluguel, conta, era pago com o valor recebido do seguro-desemprego. As parcelas do benefício, no entanto, acabaram para ele.

Na noite dessa terça, a Polícia Militar buscava um abrigo para que pai, mãe e filhos pudessem ser acolhidos.

Posicionamento da SSPDS

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informa que levantamentos de inteligência e investigações preliminares realizadas, nessa quarta-feira (22), pelas Polícias Militar do Ceará (PMCE) e Civil do Estado do Ceará (PC-CE) apontaram uma motivação divergente da que foi divulgada pela imprensa para o deslocamento de uma família no bairro Paupina - Área Integrada de Segurança 3 (AIS 3) de Fortaleza. O 35º Distrito Policial (DP) conduz as investigações acerca da ocorrência, que apontam para outra motivação. Diligências estão em andamento e detalhes não podem ser divulgados para não prejudicar o trabalho policial. 

A pasta ressalta ainda que as forças de segurança reforçam a região com equipes do Batalhão de Policiamento de Prevenção Especializada (BPEsp), do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque) e do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) da Polícia Militar do Ceará (PMCE). No local, policiais militares capacitados sob a doutrina do policiamento de proximidade e gestão de conflitos pertencentes aos Grupo de Apoio às Vítimas de Violência (Gavv) e Grupo de Segurança Comunitário (GSC) acompanham o caso. 

A SSPDS frisa que as ações serão permanentes para coibir crimes e manter a sensação de tranquilidade dos moradores. Por fim, a SSPDS reforça ainda que o BPEsp da PMCE realiza um mapeamento da região, com cadastramento de moradores a fim de assegurar o acompanhamento personificado dessas pessoas e que o Batalhão Especializado manterá uma unidade do Grupo de Segurança Comunitária de forma permanente no local.

Denúncias

A população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As denúncias podem ser feitas para o número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ou para o (85) 3101-0181, que é o número de WhatsApp, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem, áudio, vídeo e fotografia. Para ocorrências que estejam acontecendo no momento, as pessoas devem ligar para o 190 da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops).

As denúncias também podem ser feitas para o (85) 3101-4429, que é o telefone da Delegacia do 35° DP. O sigilo e o anonimato são garantidos.

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