Cabo PM é condenado a 15 anos por execução

A Justiça condenou, ontem, a 15 anos de prisão, o cabo da Polícia Militar Pedro Cláudio Duarte Pena, acusado de integrar um grupo de extermínio responsável por, pelo menos, nove assassinatos registrados nos últimos quatro anos, em Fortaleza.

A decisão foi do Conselho de Sentença do Quinto Tribunal do Júri Popular, durante julgamento que durou cerca de sete horas, no Fórum Clóvis Beviláqua, sob a presidência do juiz Jucid Peixoto do Amaral. Os promotores Luiz Alcântara e Walter Pinto Filho representaram o MP. A defesa de Pena foi representada pelo advogado Francisco Colares. Enquanto a acusação levantou a tese de ´homicídio duplamente qualificado´, a defesa argüiu ´negativa de autoria´. O Júri começou às 9 horas e terminou às 16.

O cabo Pena foi acusado de participação direta na execução do comerciante Miguel Luiz Neto e na tentativa de assassinato contra um empregado deste, Aurélio Ribeiro Portela. O duplo crime ocorreu no dia 27 de abril do ano passado, na esquina da Rua Rio Grande do Sul com Avenida Carneiro de Mendonça, no bairro Jóquei Clube (Zona Sul da Capital).

A morte de Luiz Miguel Neto deu seqüência a um ´rosário´ de crimes atribuído ao grupo de extermínio, cujo chefe seria o também comerciante Firmino Teles de Menezes. Do grupo também faziam parte o pistoleiro Sílvio Pereira do Vale Silva, o ´Pá-de-Pato´; Paulo César Lima de Sousa, o ´Paulão´; Rogério do Carmo Abreu e Claudenor Ribeiro Alexandre, o ´Nono´. Todos já foram julgados pelo mesmo crime e também condenados.

Gravações

A principal prova contra o cabo Pena e os demais envolvidos foram as ligações telefônicas entre eles, antes e após os assassinatos. As gravações das conversas comprometedoras foram realizadas através de autorização judicial (quebra de sigilo telefônico) concedida à Força-Tarefa da Polícia designada para desarticular a quadrilha. Com a sentença, o cabo deverá ser expulso da PM.