Procurador aposentado da Lava Jato nega diálogos com Moro e diz que pedirá indenização na Justiça

Carlos Fernando Dos Santos Lima classificou como "mentiras da intercept", as conversas reveladas

Escrito por Inácio Aguiar ,
Legenda: De acordo com o site Intercept, o juiz Sergio Moro teria sugerido aos procuradores, por meio de Carlos Fernando, emitir uma nota contra pontos que ele (Moro) considerou "contradições" no depoimento de Lula.
Foto: Foto: Isanelle Nascimento

O ex-decano da Lava Jato, procurador aposentado Carlos Fernando Dos Santos Lima disse, na tarde deste sábado (15), que deve acionar a Justiça pedindo indenização ao site Intercept Brasil pelo vazamento de "supostos" diálogos "obtidos de forma criminosa", nas palavras dele. Jogado no olho do furacão da crise pela divulgação e conversas entre procuradores da Lava Jato e o juiz Sérgio Moro, Carlos Fernando contestou, em duas postagens nas suas redes sociais, a reportagem divulgada na noite de sexta-feira (15) e reforçou as críticas em entrevista exclusiva ao Sistema Verdes Mares. 

Neste domingo (16), a edição impressa do Diário do Nordeste traz entrevista completa com o procurador Carlos Fernando Dos Santos Lima, que esteve em evento na Associação Cearense do Ministério Público. 

Nas redes, ele classificou como "mentiras da intercept", as conversas reveladas. Já, em entrevista, questionado se os diálogos seriam falsos, respondeu o seguinte: " não há que se discutir o teor de supostas mensagens obtidas por crime. Além disso, não tinha o aplicativo quando do ataque".  

O site Intercept Brasil divulgou supostos diálogos que sugerem que em maio de 2017, após o primeiro depoimento do ex-presidente Lula no processo que investigava o caso do Triplex do Guarujá, o então juiz Sergio Moro teria sugerido aos procuradores, por meio de Carlos Fernando, emitir uma nota contra pontos que ele (Moro) considerou "contradições" do ex-presidente.  

Os diálogos revelam ainda que os procuradores discutiram entre si a possibilidade e também com os profissionais da Assessoria de Comunicação da Força-Tarefa. Ao fim, eles decidem emitir a nota que teria sido sugerida por Sérgio Moro. 

O procurador disse ainda, ao Sistema Verdes Mares, que já foi vítima do mesmo expediente no Escândalo do Banestado, ocorrido na década de 1990, no Paraná. Na ocasião, Carlos Fernando foi um dos procuradores na investigação de remessas ilegais de divisas pelo sistema financeiro público brasileiro aos Estados Unidos por meio do Banco do Estado do Paraná. Na ocasião, o doleiro Alberto Youseff - condenado na Lava Jato - foi um dos investigados. "Já me aconteceu isso e eu ganhei todos na época do Banestado", encerrou. 

Notas do procurador no Facebook

 

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