Uma das maiores micaretas do país retorna ao calendário de eventos nacionais após dois anos ausentes por efeitos da pandemia. Nomes conhecidos do axé e forró eletrônico somam repertórios em novos e tradicionais blocos, além do Camarote Mucuripe. Em 2022, novos gêneros musicais, em crescente nos aplicativos de streaming, entraram no circuito: o piseiro e o trap.
O cearense Matuê foi uma surpresa ao ser anunciado na programação do Fortal 2022, no Camarote Mucuripe. Principal nome do trap nacional — som derivado do rap — o cantor coleciona grandes apresentações no último ano. Ele chegou a realizar show no Lollapalooza 2022e é nome confirmado no Rock In Rio deste ano.
Do piseiro, produto derivado do forró, o pernambucano Zé Vaqueiro é quem soma voz e se apresenta pela primeira vez no Camarote Mucuripe. O forrozeiro teve o "boom" da carreira durante a pandemia e realizou os principais eventos juninos do país.
No corredor da folia, o forró se faz presente com novos nomes que vão estrear no evento. Em alta com o hit "Tem Cabaré Essa Noite", o cearense Nattan e o cantor Felipe Amorim, dono do sucesso "Ouvidinho", são cantores programados no bloco Hype.
Uma voz feminina também é novidade na cidade Fortal. A forrozeira Taty Girl é atração do bloco "Pra Cima", no corredor da folia.
Direção do Fortal acompanha tendências da música das plataformas digitais
Ailton Junior, um dos diretores do Fortal 2022, aponta a edição deste ano como uma das maiores pela ausência do evento nos últimos dois anos — efeito dos decretos estaduais de enfrentamento à Covid — e pela ânsia do público em festas no período das férias.
Acredito que será maior que os outros anos. Com essa retomada, tínhamos um fato que era a festa já ser consagrada e ser conhecida de forma nacional pela mistura de ritmos, antenada as atrações do momento. A festa une idades e classes sociais diferentes. Outro ponto importante é esse ausência dos dois anos. A procura está muito boa.
Sobre a inserção da participação de nomes de novos gêneros, como o do cantor cearense Matuê, o diretor do Fortal ressalta que o evento busca acompanhar nomes em evidências nas plataformas de música.
"Temos que perceber como promotor, que temos de ficar de olho no que é tendência de mercado. Não é mais só axé, virou um festival. Temos de ficar atento ao que tá acontecendo, porque o público também quer novidade. Também é uma forma de incluir novas gerações, de não ficarmos acomodado. Esses são alguns dos motivos para termos nomes como Matuê e artistas de diferentes gêneros", definiu o cantor.