Vacinação: respostas para gestantes

Escrito por Daniel Diógenes ,

Imagine enfrentar uma pandemia sendo responsável não só por sua vida, mas também pela vida de um filho que cresce em seu ventre. As gestantes estão assistindo ao tão aguardado início da vacinação contra o coronavírus e devem estar se perguntando quando chegará o momento delas.

No Brasil, a Anvisa autorizou o uso emergencial de duas vacinas em grupos prioritários: a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac; e a da AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford com a Fiocruz. As duas têm a mesma finalidade, porém são produzidas com tecnologias diferentes.

Até agora, nenhuma das vacinas disponíveis possui estudos científicos com resultados publicados para gestantes e lactantes. Porém, a CoronaVac é a única que utiliza a tecnologia da vacina contra a H1N1, por exemplo, que é indicada para grávidas, porque é produzida com o vírus inativo. 

Já as vacinas da AstraZeneca, Instituto Gamaleya (Sputnik V), Pfizer-BioNTech e Moderna utilizam tecnologias novas, sem precedentes para o grupo. Não há motivos para preocupação dos outros grupos prioritários, quanto à eficácia da vacina. No caso das gestantes, é importante que haja uma conversa com o médico. Orientamos que façam avaliações individuais, a partir do momento que as vacinas forem aprovadas para elas. A decisão deve considerar vários fatores para se chegar à conclusão de que os benefícios sobrepõem potenciais riscos. 

Logo teremos estudos que comprovem a segurança das vacinas para as gestantes e haverá a validação científica para esse grupo. Enquanto isso, meu conselho é continuar os hábitos adquiridos em 2020: usar máscara, manter o distanciamento social, lavar as mãos e evitar receber visitas em casa, mesmo que seja de familiares para evitar chances de contaminação.

Daniel Diógenes
Especialista em medicina reprodutiva

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