Previsível expansão do EAD

Escrito por Davi Marreiro ,
Davi Marreiro é professor e consultor pedagógico
Legenda: Davi Marreiro é professor e consultor pedagógico

Baseando-se em uma notícia recentemente publicada pela organização Todos pela Educação, entre os anos de 2010 e 2020, a rede de ensino superior privada em nosso país aumentou para 109,4% o número de concludentes em cursos a distância direcionados principalmente à formação de professores, pedagogos ou licenciados.

Segundo a ONG (Organização não governamental), “de cada 10 alunos que concluíram os cursos de Pedagogia e Licenciatura em 2020 no país, 6 estão na modalidade EAD (61,1%).” Porém, no mesmo período, diminui o número de concluintes na modalidade presencial, tanto na rede pública como na rede privada.

Visivelmente essa pesquisa foi pautada através do último Censo da Educação Superior, por isso foi possível evidenciarmos um detalhe bem específico, afinal foi exatamente entre 2019 e 2020 que constatamos o maior crescimento percentual de concluintes nessa modalidade de ensino.

  Além disso, em conformidade com o estudo, “a participação da educação a distância no total de concluintes de formação inicial de professores é mais do que o dobro na comparação com outros cursos de graduação.” Assim dizendo, podemos concluir que o EAD no ensino superior já estava em ampla ascensão no Brasil mesmo antes da pandemia.

Obviamente, os novos números que serão divulgados no próximo censo, provavelmente demonstrarão ainda mais essa ascendência. Contudo, tenho medo de algumas caricaturas indecifráveis e preocupado com um possível alastramento desajustado ou disseminação desarranjada de tantas instituições de ensino superior (IES), concordo em específico com este trecho da fala do líder de Políticas Educacionais do Todos Pela EducaçãoGabriel Corrêa: “O Ministério da Educação precisa melhorar os processos regulatórios e a avaliação que faz dos cursos. Não podemos ter essa proliferação de cursos, sem clareza sobre a qualidade da formação inicial que vem sendo ofertada para os nossos futuros professores”. Ainda nas palavras do especialista, “formar professor é coisa séria.” Precisamos dedicar tempo, discussões aprofundadas sobre a docência, vivências nas escolas e principalmente simulações de situações reais de sala de aula. 

Davi Marreiro é consultor pedagógico