Política cambial

Escrito por Gonzaga Mota , luizgmota@yahoo.com.br
Gonzaga Mota é professor aposentado da UFC
Legenda: Gonzaga Mota é professor aposentado da UFC

Define-se taxa de câmbio como o preço da moeda estrangeira (divisas) em termos de moeda nacional. Ou seja, raciocinando com a moeda dos EUA, a mais comum de comparação, a taxa de câmbio ao Brasil é a relação entre R$ (real)/ US$ (dólar).

Por sua vez, de maneira geral, pode-se dizer que por trás da demanda de divisas está o fluxo representativo da saída de divisas para o exterior, mediante operações como importação de bens e serviços, pagamentos financeiros ao exterior, empréstimos concedidos ao exterior, amortizações de financiamentos pagas ao exterior, dentre as mais significativas.

Já, por trás da oferta de divisas tem-se o fluxo referente à entrada de divisas evidenciado por operações como: exportações de bens e serviços, recebimentos financeiros do exterior, empréstimos obtidos no exterior, amortizações de financiamentos recebidos do exterior, etc.

Os formatos das curvas de procura e de oferta de divisas, numa situação de mercado livre, no sistema cartesiano (1° quadrante), são, respectivamente, descensional da esquerda para a direita e ascensional, também, da esquerda para direita. Assim, como a taxa de câmbio é o preço da divisa, quanto maior esse preço, menores seriam as quantidades procuradas e maiores as ofertadas; ou então, quanto menor o preço, maior seria a procura e menor a oferta.

Referindo-se, especificamente, às desvalorizações cambiais, isto é, os efeitos para um país que teve sua moeda depreciada (por exemplo: aumento da relação R$/ US$, no Brasil) são: estímulo à entrada de divisas e desestímulo à saída de divisas. Todavia, os elaboradores de política econômica devem observar diversos indicadores, tais como: taxa de inflação, taxa de juros, emprego, distribuição de renda, crescimento do PIB, políticas e crises externas, especulação no país e no exterior, etc.

Não é fácil, todo cuidado é pouco, com vistas a que não surjam efeitos colaterais negativos para um país. A política cambial depende, evidentemente, de variáveis endógenas (dentro da economia de um país) e exógenas (fora da economia do mesmo país). Ademais, a política cambial estabelece o regime de taxas de câmbio- fixo, flutuante, administrado- bem como define as operações de câmbio, ou seja, as relações financeiras de um país com o resto do mundo.

Gonzaga Mota é professor aposentado da UFC