Infertilidade: um problema de saúde de mulheres e homens

Escrito por Daniel Diógenes , danieldiogenes@fertibabyceara.com.br

Legenda: Daniel Diógenes é médico especialista em medicina reprodutiva
Foto: Arquivo pessoal

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade atinge entre 50 a 80 milhões de pessoas em todo o mundo e, no Brasil, 8 milhões de habitantes sofrem com esse distúrbio. Infelizmente, no país a infertilidade ainda não é tratada como um problema de saúde pública.

Em muitos casos as pessoas que têm essa disfunção também sofrem preconceito. Por isso, neste mês de junho, que é reconhecido como o mês mundial da conscientização da infertilidade, devemos passar a enxergar essa condição com mais atenção.  

Um dos principais causadores desse problema é a idade, principalmente para as mulheres acima de 35 anos. A partir desta fase da vida acontece a queda da reserva de óvulos. Além desse fator, o câncer do colo do útero, câncer de ovário, endometriose e outras patologias podem comprometer a saúde feminina.

É importante ressaltar também que as causas do problema estão distribuídas igualmente entre homens e mulheres (35% cada), além de um percentual referente à infertilidade sem causa aparente. 

A medicina reprodutiva pode ajudar casais a conseguir a gravidez. Um mito que ainda existe é pensar que essas terapias custam altos valores. Existem programas de baixo custo que facilitam o acesso à reprodução assistida.

Na doação compartilhada, por exemplo, a mulher doa uma parte da sua reserva de óvulos para ajudar a baratear o custo. É possível reduzir em até 50% as despesas durante o tratamento. Uma paciente que está precisando receber os óvulos ajuda na terapia dessa outra paciente pagando metade dos gastos. As doações são anônimas e uma mulher que recebe não sabe de quem é o óvulo, como quem doa não sabe quem receberá.  

Ter uma vida saudável também é muito importante para quem busca ter um filho. Controlar o peso, praticar atividades físicas com frequência, dormir bem, evitar o consumo de drogas e álcool e fazer visitas ao médico regularmente são ótimas formas de autocuidado. Essas medidas são essenciais para a saúde reprodutiva tanto do homem, quanto da mulher.  

Daniel Diógenes 
Médico especialista em medicina reprodutiva

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