A pandemia e a educação

Escrito por Julio Cezar Bernardelli ,

Você não queria, mas agora é obrigado a encarar câmera, luz, ação!

O isolamento social, que foi imposto, exige o desenvolvimento de novas habilidades de comunicação e relacionamento. O falar não basta. A imagem pode não refletir a realidade. A comunicação precisa ser verdadeira e assertiva.

Reuniões, aulas, conferências. Tudo acontece a distância, não há tempo para aprender e, às vezes, nem para pensar direito. É necessário inovar no desconhecido e ser criativo no fazer.

Surge um novo paradigma e os velhos paradigmas são derrubados. Todo conhecimento, que sua instituição de ensino adquiriu durante anos de existência, não importa mais se não houver flexibilidade, agilidade e habilidade humana.

Flexibilidade para aceitar o novo e reconhecer que as metodologias precisam ser transformadas e adaptadas. Transformadas para suprir uma nova demanda de um público que, apesar de ser o mesmo, precisa de um novo produto educacional e, adaptado à capacidade de consumo desse novo velho cliente.

Agilidade para inovar e identificar quais serão as profissões e os profissionais do futuro e o que essas transformações exigem do novo profissional. Habilidade humana para se aproximar, ainda que distante, do seu cliente, oferecendo canais de comunicação e aprendizado com interação, integração e qualidade; com preço acessível e facilidade de acesso às plataformas de ensino.

A sala de aula é a casa do aluno. A lousa é seu computador. Laboratórios e bibliotecas, tudo deve estar ao alcance do aluno via web. E tornar isso possível não é mais um diferencial, é uma obrigação para quem quer se manter vivo nessa pandemia e não ser derrotado pelo vírus da concorrência que se alastra e se fortalece a cada dia.

Não basta ser gestor de negócios, o momento exige, além de visão administrativa, muita responsabilidade social. Perceber que é necessário disponibilizar meios e recursos para que o aprendizado não pare e colocar o desenvolvimento humano como valor primordial.

Para as instituições de ensino, que apenas ensinavam, mas não aplicavam a administração com planejamento estratégico, está na hora de deixar de lado a teoria da burocracia e implementar, com urgência, a teoria do desenvolvimento organizacional, da administração empreendedora e participativa com imperativo tecnológico e humano.

Julio Cezar Bernardelli
Mestre em Tecnologia e Sociedade

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