O ídolo do Alvinegro relembrou a carreira, criticou a forma como os clubes tratam os ex-jogadores e revelou como era a preparação para jogar contra o Fortaleza
Sérgio Alves, um dos maiores ídolos do Ceará, relembrou sobre vários momentos marcantes de sua carreira no futebol e desabafou sobre o que ele considerou "falta de profissionalismo" do clube alvinegro na época em que ele era jogador. Ele revelou que, depois de ser o maior artilheiro do Brasil, em 2002, o Ceará não pagou dois meses de salário atrasados, o que o motivou a aceitar outras propostas.
"2001 fui artilheiro da Série B, com21 gols. Nesse ano, fui o maior artilheiro do Brasil com 54 gols. No final do contrato, tinhamk dois meses atrasados. A diretoria da época queria que colocasse os dois meses dentro do novo contrato. Se existisse o profissionalismo naquela época, eles iam deixar eu sair do clube por conta disso?. Não era R$1 milhão, R$600 mil de salário atrasado", declarou ele em entrevista ao podcast Que Nem Tu.
O videocast, que vai ao ar toda quinta-feira, às 18h, no Youtube do Diário do Nordeste e nas principais plataformas de podcast, tem presentação de Alan Barros e Karine Zaranza. "Infelizmente isso aconteceu. É bom porque eu ficava calado e muita gente achava que eu saí do Ceará por propostas financeiras que estava recebendo, mas não foi", completou.
O jogador também criticou a forma como os dirigentes de times tratam os ex-jogadores ídolos. Segundo ele, no Brasil, falta reconhecimento para figuras importantes. "Os dirigentes só olham para os atletas do momento, mas eles esquecem que a história do clube não foi constrúida e consolidada só por quem veste a camisa do clube no momento. Espero que um dia isso mude. Não adianta depois que um ídolo morrer, fazer um velório bonito, botar a bandeira do clube no caixão. Se tiver que demonstrar algum carinho, algum respeito que demonstre enquanto o cara estiver vivo".
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Sérgio Alves, que jogou no Ceará, quando Clodoaldo era o grande ídolo do Fortaleza também dividiu sobre a amizade que mantém com o ex-jogador. Ele reconheceu o talento do oponente em campo, mas lamentou não ter tido a oportunidade de se tornar amigo do "Baixinho" quando ele precisou de pessoas que o aconselhassem sobre a carreira e a vida.
"Eu tive a liberdade de dizer pra ele: 'Cara, é uma pena a gente estar se conhecendo hoje. Eu queria ter te conhecido lá na Capital porque eu teria te ajudado'. Pra mim, o Codoaldo era um craque. Eu não era um craque, eu era goleador", conta.
No bate-papo, o artilheiro do Alvinegro falou sobre a relação com a torcida do Vozão, contou sobre a preocupação que sempre teve de manter o respeito com os torcedores do Leão, mas também compartilhou sua rotina em jogos decisivos. O segredo do "Carrasco" foi compartilhado. Mas ele lamentou o preconceito que os jogadores nordestinos sofrem no Brasil.
Essas e outras declarações fortes do ex-jogador e técnico do Ceará, você encontrar no episódio do Que Nem Tu.