A Polícia Militar do Pernambuco tinha conhecimento que uma torcida organizada do Sport mantinha explosivos antes do início do jogo da equipe contra o Fortaleza. A informação é do Jornal do Commercio (PE). O ônibus da delegação tricolor sofreu um ataque violento de torcedores do adversário após deixar a Arena Pernambuco, na madrugada desta quinta-feira (22). Torcedores do time pernambucano arremessaram bombas, rojões e pedras contra o veículo, quebrando janelas e atingindo jogadores.
"Durante o jogo Sport x Fortaleza realizado na Arena Pernambuco no dia 21/02/2024, o efetivo que estava empregado na entrada Q o qual era composta por 4 policiais, se deparou com uma tentativa de invasão e briga entre a torcida organizada do Sport e torcedores do Fortaleza, a torcida organizada do Sport estava em bem maior número e com o uso de artefatos explosivos", informa o documento sigiloso do Batalhão de Choque obtido pelo Blog do Jamildo, do Jornal do Commericio, de Pernambuco.
Ainda de acordo com o documento, a PMPE se limitou a impedir a entrada de explosivos no local da partida. No entanto, não houve apreensão dos artefatos explosivos. Nenhum envolvido em atentado contra o Fortaleza foi preso pela Polícia do Pernambuco.
O portal informa ainda que o documento explica que a Polícia Militar "teve que efetuar 4 disparos de arma de fogo para cima (em advertência) para salva guardar a integridade física do efetivo e dos funcionários civis que trabalhavam no portão, o qual estavam em número bem menor do que a turba do Sport", detalha o texto.
ATAQUE AO ÔNIBUS DO FORTALEZA
O ataque ao ônibus do Fortaleza ocorreu pouco depois do empate contra o Sport, na Arena Pernambuco, pela Copa do Nordeste. A bomba usada no ataque teria sido jogada pela mesma torcida organizada do time pernambucano que estava envolvida no incidente no Estádio.
Além de bomba, o veículo que levava jogadores, staff, diretoria e outros funcionários do Fortaleza também foi atingido por pedras. Seis jogadores foram feridos e imediatamente levados ao hospital mais próximo. Todos passam bem e já receberam alta hospitalar. A equipe retornou para a capital cearense na manhã desta quinta-feira (22).
Pena de até 12 anos de prisão
A Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva investiga o caso. Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco explicou que os autores do crime deixaram o local logo após o ataque.
Por meio do seu advogado, a Federação Cearense de Futebol disse acompanhar de perto a situação e espera que os autores sejam punidos.
"Diante do abominável fato que vitimou a delegação do time do Fortaleza na última quarta-feira no Estádio Pernambuco, a Federação Cearense de Futebol está atenta, foi designada pelo seu Presidente, Mauro Carmélio, para acompanhar os fatos e nós não temos a menor dúvida de que tudo poderá configurar sim um crime de tentativa de homicídio, até porque os agentes que praticaram esse gesto censurável, tinham plena ciência de que o ônibus estava repleto de atletas e haveria, portanto, ali o chamado dolo eventual, o indivíduo assume o risco de produzir o resultado morte. Portando a pena na nossa leitura é de 12 a 30 anos de reclusão, com diminuição de 1 a 2 terços com a razão de ser uma tentativa. Estamos todos aqui sentinelas acompanhando o fato e dando todo o suporte possível para a equipe do Fortaleza que é afiliada da Federação Cearense de Futebol", disse Leandro Vasques, Diretor Jurídico da Federação Cearense de Futebol.
LEIA A NOTA COMPLETA DA POLÍCIA CIVIL
"A Polícia Civil de Pernambuco informa que está investigando uma ocorrência de lesão corporal, registrada no dia 22.02, por meio da delegacia de Prazeres. As vítimas, seis homens com idades entre 26 e 35 anos, membros de uma delegação esportiva, deram entrada em uma unidade hospitalar local com lesões provocadas por objetos contundentes. Segundo relatos de testemunhas, após partida de futebol, os atletas estariam num ônibus se deslocando para o hotel, quando torcedores do time adversário teriam arremessado explosivos e pedras contra eles. Os autores se evadiram após a ação. As investigações seguem com a Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva até o total esclarecimento do caso."