Flamengo não assina manifesto contra a frase racista de presidente da Conmebol; entenda polêmica

Time carioca foi o único da Libra a não assinar o documento

Escrito por
Ian Laurindo* ian.prado@svm.com.br
(Atualizado às 17:21)
Legenda: Flamengo foi o único clube da Libra que não assinou o manifesto contra o racismo e Conmebol.
Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFP

A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) , grupo que reúne alguns times do futebol brasileiro, divulgou, nesta quinta-feira (20), uma nota de repúdio à fala do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, que comentou a possibilidade de os times brasileiros abandonarem a Libertadores. Na declaração, o paraguaio comparou a situação com a expressão "Tarzan sem Chita", personagens do filme da Disney ‘Tarzan’. O Flamengo, sua vez, foi o único do grupo que não assinou o documento.

"A gravíssima declaração de Dominguez traz à tona o evidente preconceito enraizado no ambiente do futebol, reforça estereótipos racistas, perpetua a desumanização de pessoas negras, além de demonstrar total insensibilidade em relação a temas de extrema urgência, como o combate ao racismo e a promoção da diversidade no futebol", diz trecho da nota da Libra. Os clubes brasileiros reafirmam seu compromisso com a luta contra o racismo e com a promoção de um futebol inclusivo e respeitoso. Não aceitaremos calados nenhum tipo de discriminação, seja em campo, nas arquibancadas ou nas declarações de dirigentes", diz a Liga de Futebol Brasileiro.

Os times que pertencem ao grupo da Liga são: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.

REPERCUSSÃO DA FALA

A fala do presidente da organização sul-americana foi feita dias após o atleta do Palmeiras, Luighi, ter sido vítima de racismo em jogo válido pela Libertadores sub-20, torneio promovido pela Conmebol. Na película que foi utilizada para a expressão, Tarzan é um homem que, ao se tornar órfão dos pais ainda criança, vive e cresce entre os macacos.

A partir da situação, a presidente do clube paulista propôs, em tom de ameaça, que os times brasileiros deixassem de participar da competição devido aos casos frequentes de racismo e, consequentemente, a falta de punições aos agressores por parte da Conmebol.

* Sob supervisão de João Bandeira Neto

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