Ex-dirigente do Vitória detalha participação em fraude de exame antidoping e compra de desembargador

O ex-presidente do time baiano ainda citou os ex-jogadores Preto Casagrande e Allann Delon

Legenda: ex-presidente do Vitória, Paulo Carneiro
Foto: Maurícia Matta / EC Vitória

Através de uma entrevista ao podcast Zona Mista realizada nesta segunda-feira (24), o ex-presidente do Vitória, Paulo Carneiro, afirmou que fraudou exame antidoping do jogador Matuzalém, que vestiu a camisa do clube nos anos de 1997 e 1998 e comprou um desembargador pelo valor de R$600 mil.

O ex-dirigente do time baiano ainda citou os ex-jogadores Preto Casagrande e Allann Delon. Paulo Carneiro afirma que o episódio aconteceu após o fim da temporada. O diretor estava em casa quando recebeu uma ligação do porteiro do clube, dizendo que os atletas citados teriam pulado o muro da concentração que ficava ao lado de uma churrascaria, e teriam agredido o porteiro do local. 

“Terminou a temporada, eu estava em casa. Tinha a concentração do lado da churrascaria Boi Preto. Aí o porteiro me ligou dizendo que Preto [Casagrande], Allann Delon, Matuzalém entraram de madrugada lá, pularam o muro, bateram no cara. Aí eu peguei o carro e fui lá. Quando cheguei, na portaria, primeiro achei foi Preto. Bateu no sofá e caiu sentado. Covarde da p****. Aí eu queria pegar a Matuzalém. Aí subi a escada atrás de Matazulém. Troquei até urina para salvar o doping dele, que ele era maconheiro”, conta Paulo Carneiro.

Os atletas Allan Delon e Petro Casagrande negaram as acusações, alegando que o ex-dirigente estava mentindo. 

Compra de desembargador

Paulo Carneiro ainda comentou na entrevista que teria comprado um desembargador pelo valor de R$600 mil em uma ação contra a Globo/CBF em 2003. O nome do desembargador e nem o número do processo foram citados, sendo impossível que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro monitore a situação. 

Ao perceber que o momento estava sendo transmitido ao vivo, o ex-dirigente se mostrou surpreso e pediu para tirar o programa do ar. Após a entrevista, o canal excluiu o vídeo de sua plataforma, mas soltou uma nota, afirmando que todos os participantes "ficam cientes e de acordo com a linha editorial e suas condições de exibição e assumem os riscos de suas condutas".


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