Ceará e Fortaleza repudiam racismo contra atleta brasileiro na Libertadores Sub-20

Luighi denunciou episódio na partida entre Palmeiras e Cerro Porteño, no Paraguai

Escrito por
Daniel Farias daniel.farias@svm.com.br
(Atualizado às 10:26)
Legenda: Luighi denunciou episódio na partida entre Palmeiras e Cerro Porteño, no Paraguai
Foto: Reprodução/Palmeiras/Libertadores

Ceará e Fortaleza se posicionaram contra os atos racistas denunciados pelo jovem atacante Luighi, jogador do Palmeiras, em uma partida válida pela Libertadores Sub-20, contra o Cerro Porteño, do Paraguai, na noite da última quinta-feira (6).

“O Ceará Sporting Club repudia veementemente os atos racistas sofridos pelo atacante Luighi. [...] É muito triste ter a sensação de que pessoas assim entendem o futebol como um lugar seguro para praticar atrocidades desta natureza”, disse o Ceará em nota.

O Fortaleza fez uma publicação em seu perfil nas redes sociais, exibindo uma fala de  Luighi e também prestando “toda solidariedade ao atleta que, passado os anos, é mais uma vítima de racismo no meio do futebol”.

Entidades como a Liga Forte União (LFU), presidida pelo CEO do Fortaleza, Marcelo Paz, e da qual fazem parte Ceará e Fortaleza, além do Ministério do Esporte, também se manifestaram denunciando o caso e prestando solidariedade ao jogador.

Publicação do Fortaleza

Luighi é exemplo de coragem e de luta! Que força e que representatividade, garoto! Toda nossa solidariedade ao atleta que, passado os anos, é mais uma vítima de racismo no meio do futebol.

Que todos os envolvidos sejam punidos e se tornem exemplos. Racismo é crime! Chega de impunidade!

Muita força, Luighi!

Nota oficial do Ceará

O Ceará Sporting Club repudia veementemente os atos racistas sofridos pelo atacante Luighi, atleta da Sociedade Esportiva Palmeiras, na partida diante do Cerro Porteño/PAR, no Paraguai, pela Conmebol Libertadores Sub-20.

É muito triste ter a sensação de que pessoas assim entendem o futebol como um lugar seguro para praticar atrocidades desta natureza. O Time do Povo reforça a necessidade das autoridades competentes combaterem de forma eficiente o racismo. Não podemos tolerar que esses criminosos atuem deliberadamente nos estádios.

Ao atleta Luighi e à Sociedade Esportiva Palmeiras, nossa solidariedade e o apoio na luta pela de justiça no caso.

ENTENDA O CASO

O jogador foi alvo de cusparadas dos torcedores no Estádio Gunther Vogel, na região metropolitana de Assunção, e disse ter sido chamado de macaco. Pelas imagens da transmissão da TV, foi possível ver um homem com uma criança no colo imitando o animal, provocando os brasileiros.

Ao final do jogo, Luighi chorou e deu uma entrevista comovente para a Conmebol TV. "É sério isso? Fizeram racismo comigo. Até quando? O que fizeram comigo foi crime. Você vai perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? Você não ia perguntar sobre isso, né? Fizeram um crime comigo. Aqui é formação, a gente tá aprendendo aqui."

Os atos racistas se iniciaram após o Palmeiras fazer 3 a 0 sobre o Cerro Porteño, por volta dos 35 minutos do segundo tempo. Apesar dos atletas do time brasileiro terem mostrado ao árbitro da partida o que estava ocorrendo na arquibancada, o jogo continuou normalmente até o final e a equipe alviverde venceu por 3 a 0.

O Palmeiras se manifestou em nota oficial: "É inadmissível que, mais uma vez, um clube brasileiro tenha de lamentar um ato criminoso de racismo ocorrido em jogos válidos por competições da CONMEBOL. A Sociedade Esportiva Palmeiras presta toda solidariedade aos atletas do clube que estão disputando a Libertadores Sub-20 no Paraguai e comunica que irá até as últimas instâncias para que todos os envolvidos em mais esse episódio repugnante de discriminação sejam devidamente punidos. Racismo é crime! E a impunidade é cúmplice dos covardes! As suas lágrimas, Luighi, são nossas! A Família Palmeiras tem orgulho de você!"

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