Análise: eficaz e letal, Fortaleza vence o Sport com autoridade e recupera brilho de Moisés

Tricolor do Pici venceu a equipe pernambucana por 4 a 1, na Arena Pernambuco

Legenda: Moisés marcou três dos quatro gols do Fortaleza na partida.
Foto: Leonardo Moreira/Fortaleza EC

A vitória do Fortaleza sobre o Sport por 4 a 1, na noite deste domingo (26),  mostrou o quanto pode ser eficaz. O time comandado por Juan Pablo Vojvoda, que sucessivamente criava diversas oportunidades e desperdiçava, fez três dos quatro gols em contra-ataques. Com menos posse de bola criou as chances mais perigosas no duelo da Copa do Nordeste, na Arena Pernambuco. A vitória convincente e letal rendeu a vaga na terceira final do Tricolor do Pici no torneio regional e ainda trouxe novamente o brilho de Moisés, astro da noite com hat-trick.

Um confronto de intensidades. Sport e Fortaleza se viram num lá e cá disputado nos minutos iniciais. Lucero quase abriu o placar no primeiro minuto. O jogo ficou concentrado no lado direito do campo. Com pressão dos dois lados, as equipes partiram em busca do gol. 

Com mais posse de bola, o time pernambucano teve boas chances com Romarinho, Rafael Thyere, Barletta e Coutinho. João Ricardo apareceu bem para defender, assim como o restante do sistema defensivo do Tricolor, que se fechou. 

O Fortaleza tinha chegado menos ao ataque, mas conseguiu levar mais perigo ao apostar na transição rápida nos contra-ataques. Não demorou para a eficiência se converter em eficácia. Aos 8 minutos, Moisés avançou com a bola e chutou forte e rasteiro para abrir o placar. O atacante não marcava desde abril, na partida contra o Altos-PI, também pelo Nordestão. 

O time pernambucano ainda tentou com Barletta e Coutinho novamente. Mas João Ricardo estava lá. O Leão do Pici fechou os espaços e seguiu a toada de menos posse de bola e mais velocidade, senso de oportunismo para aproveitar as jogadas. Aos 18’ minutos, Pochettino, maestro do time, inverteu a jogada da direita para a esquerda, Moisés dominou bonito e fez o segundo dele. 

Se pelo meio estava um pouco mais complicado, pois ali o Sport concentrou a marcação, o Fortaleza tinha os pontas velozes e também o fator surpresa. Assim, Lucero deu o passe para Hércules, que veio de trás, driblou o goleiro e fez o terceiro do Laion. Três gols em 21 minutos. 

Depois, Pedro Lima finalizou, e João Ricardo defendeu. Um goleiro teimoso em ser bom, a melhor qualidade que poderia ter. Em seguida, mais uma vez, o lateral do adversário aproveitou sobra de bola e balançou a rede do Tricolor. Gol anulado pelo VAR, que viu mão do jogador no lance. 

Mesmo com o 3 a 0, o time de Vojvoda queria mais.  Não tinha só desejo pela vaga na final da Copa do Nordeste. Tinha também um desafogo pela sequência de tantos empates, pelo histórico recente do confronto. Com o meio-campo exposto do Sport, a bola chegou com certa facilidade ao ataque. Assim, o camisa 21 fez o terceiro dele. Aos 42’, Moisés recebeu o passe praticamente sem marcação e chutou de bico, na saída de Caíque França, para fazer o quarto do Tricolor. Foram três contra-ataques que resultaram em gols só no primeiro tempo, com 35% de posse de bola.

O Sport manteve a posse de bola e se lançou ao ataque no segundo tempo. O time cearense se fechou na defesa, mas não abriu mão de ampliar o placar. Pikachu e Moisés levaram perigo. Caíque França apareceu bem para a defesa. 

O Fortaleza diminuiu o ritmo, parecia descansar em campo. Mas sem esquecer de aproveitar os contra-ataques em velocidade e apertar a marcação na saída de bola adversária.  

Com sobra no placar, Vojvoda fez mudanças para poupar jogadores. O panorama da partida pouco mudou. Em desvantagem, o time pernambucano insistiu. Aos 37, o Gustavo Coutinho recebeu a bola de Zé Roberto e tocou por cima de João Ricardo para diminuir. A equipe comandada por Mariano Soso manteve a pressão, mas sequer assustou o time cearense que administrou bem a vantagem no placar. 

Na Ilha do Retiro, o Fortaleza fincou, com 35 mil torcedores como testemunha, a superioridade diante do Sport. Após o atentado ao ônibus, em fevereiro, o Tricolor encerra um capítulo do clube na história da competição da melhor forma possível: classificado, de olho no futuro e com a perspectiva de que pode mais. 

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