PF pede que envolvido em mortes do PCC vá para presídio federal

Acusado de participar de execução dos líderes da facção, ‘Gegê’ e ‘Paca’, ‘Andrezinho da Baixada’ foi detido em outubro, em SP. Polícia alega risco à vida do preso e fragilidades no sistema penitenciário cearense para recebê-lo

Escrito por Redação , seguranca@svm.com.br

A Superintendência da Polícia Federal (PF) no Ceará representou pela inclusão de André Luís da Costa Lopes, o ‘Andrezinho da Baixada’, de 41 anos, em um presídio federal de segurança máxima. Ele é acusado de participar dos assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o ‘Gegê do Mangue’, e Fabiano Alves de Souza, o ‘Paca’, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), em fevereiro do ano passado. Criminosos e vítimas são apontados pela investigação como membros da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).


‘Andrezinho da Baixada’ foi preso pela PF no dia 31 de outubro último, em um condomínio de luxo em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Contra ele, havia um mandado de prisão preventiva expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Aquiraz, após investigação da Polícia Civil do Ceará (PCCE) e acusação do Ministério Público do Ceará (MPCE).


O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) confirmou, em nota, que André Luís “está recolhido atualmente na Penitenciária Presidente Venceslau, em São Paulo. A Polícia Federal pediu a inclusão dele no Sistema Penitenciário Federal. O pedido está sendo analisado pelo colegiado de juízes responsáveis pelo processo”.

A Polícia Federal indica, no pedido feito na última sexta-feira (1º), que o investigado tem bastante poder e faz parte da alta hierarquia do PCC e, em face do  e do conhecimento da facção, “seria imprescindível” sua inclusão em presídio federal de segurança máxima. 

O órgão considera ainda o risco contra a vida do próprio suspeito, “a grave fragilidade do Sistema Penitenciário Estadual (do Ceará)” e a impossibilidade de mantê-lo nos presídios estaduais “sem pôr em risco a ordem e a Segurança Pública”. Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará (SAP) declarou que não comenta pedidos de transferência “por questões estratégicas de segurança”. 

Acusação
Para o Ministério Público do Ceará, ‘Andrezinho da Baixada’ era um dos homens presentes em um helicóptero da organização criminosa e que desceu para executar os dois líderes do PCC a tiros, em uma aldeia indígena. Ele foi acusado por homicídio qualificado e organização criminosa. 


A PF tentava encontrá-lo há praticamente um ano, após André se apresentar espontaneamente ao 2º Distrito Policial do Guarujá, também no litoral de São Paulo, no dia 26 de outubro, e prestar depoimento negando participação nos assassinatos de ‘Gegê do Mangue’ e ‘Paca’. Porém, como era véspera de eleições, ele não podia ser preso – exceto em situação de flagrante ou condenação criminal pela Justiça, como diz a Lei Eleitoral. 

Após o depoimento, ‘Andrezinho’ desapareceu - até o mês passado. Ao localizá-lo, agentes da Polícia cercaram o condomínio de luxo e deram voz de prisão quando o suspeito entrava no prédio. Ele não reagiu e não estava armado. Na ocasião, também foi autuado por uso de documento falso. Procurada pela reportagem, a defesa do preso não atendeu aos telefonemas e nem respondeu às mensagens enviadas.

Além de ‘Andrezinho’, outras nove pessoas foram denunciadas pelo MPCE por envolvimento nas mortes de ‘Gegê’ e ‘Paca’: Gilberto Aparecido dos Santos, o ‘Fuminho’; Carlenilto Pereira Maltas, o ‘Ceará’; Erick Machados Santos, o ‘Neguinho Rick da Baixada’; Ronaldo Pereira Costa; Tiago Lourenço de Sá de Lima; Renato Oliveira Mota; Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos; Jefte Ferreira Santos; e o piloto Felipe Ramos Morais. ‘Ceará’, Felipe e Jefte já estavam presos; os outros continuam foragidos.

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