Moçambique anuncia extradição para o Brasil de líder do PCC acusado de mandar matar 'Gegê' e 'Paca'
O suspeito, detido por "entrada ilegal no território nacional", foi entregue às autoridades policiais brasileiras em "cumprimento a um mandato de prisão internacional"
As autoridades de Moçambique anunciaram, neste domingo (19), a entrega ao Brasil de um dos narcotraficantes mais procurados pelo país: Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como "Fuminho". Ele foi detido na segunda-feira (13) passada na capital Maputo.
Braço direito do número um do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos William Herbas Camacho, o 'Marcola', 'Fuminho' é acusado de ordenar as mortes de dois membros da cúpula da facção criminosa no Ceará. O crime que vitimou Rogério Jeremias de Simone, o 'Gegê do Mangue' e Fabiano Alves de Sousa, o 'Paca', ocorreu em fevereiro de 2018, em uma reserva indígena de Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza.
O suspeito, detido por "entrada ilegal no território nacional", foi entregue às autoridades policiais brasileiras em "cumprimento a um mandato de prisão internacional", segundo anunciou o ministério do Interior de Moçambique em um comunicado.
O narcotraficante deixou Moçambique no sábado (18) a bordo de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), de acordo com a polícia do país africano, que distribuiu à imprensa fotos do suspeito algemado.
'Fuminho' estava foragido há mais de 20 anos, segundo a Polícia Federal brasileira.
Ele era era considerado "o maior fornecedor de cocaína a uma facção com atuação em todo Brasil, além de ser responsável pelo envio de toneladas da droga para diversos países do mundo", afirmou a PF.
O narcotraficante foi detido durante uma operação organizada por policiais do Brasil e de Moçambique, com a participação da diplomacia brasileira, do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) e da agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA).
No momento da prisão, Gilberto Aparecido dos Santos estava com três passaportes - dois nigerianos e um falso, 100 gramas de maconha, 15 telefones celulares, um carro, 34.700 meticals (moeda moçambicana, US$ 500) e 5.000 rands (US$ 273) em dinheiro, informou em Maputo o porta-voz da polícia moçambicana, Leonardo Simbine.
De acordo com a polícia, ele chegou a Moçambique em março.