Economia do Estado se retrai no 4º tri de 2016

Percentual de recuo não foi revelado pelo órgão, que apresentará os números do indicador hoje (21)

Escrito por Redação ,
Legenda: A indústria é um dos setores produtivos do Ceará que mais vem sofrendo com a crise econômica dos últimos anos

O resultado do ano passado para soma de todas as riquezas geradas no Ceará, o Produto Interno Bruto (PIB), deve fechar mais uma vez negativo, segundo informou o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O percentual de recuo não foi revelado pelo órgão, que deve anunciar hoje o indicador e também todos os números para cada setor produtivo.

No entanto, a nota de divulgação do PIB 2016 traz que "apesar de negativo, os analistas afirmam que os estudos mostram claramente uma desaceleração de queda do Produto Interno Bruto no ano de 2016 em comparação ao ano anterior".

Esta movimentação de recuperação do indicador a cada trimestres vem sendo destacada pelos economistas do Ipece desde o início do último ano, como sinal de uma possível recuperação breve da economia cearense em 2017 ou 2018, inclusive.

Trimestre a trimestre

O Estado saiu de um percentual mais grave do que o nacional entre janeiro e março de 2016, - quando apontou uma queda no PIB de 5,96% enquanto o País registrava recuo de 5,4% -, passou por recuperação equiparada (Ceará, -4,78%, e Brasil, -3,6%) entre abril e junho, e, de julho a setembro, chegou a -1,23 ante -2,9% do País.

Até o 3º trimestre de 2016, o Ipece contabilizou um recuo acumulado de 4% no ano, conforme a última divulgação do PIB cearense pelo órgão, em dezembro do ano passado.

Apenas Minas Gerais, com as riquezas acumulando baixa de 3,1%, e o Rio Grande do Sul, com o PIB negativo em 3,4%, estiveram em melhor situação que o Ceará no comparativo do 3º trimestre de 2016. No geral, com média igual à nacional, de -4%, o Estado não figurou entre os de pior resultado nem entre os de melhor.

Para o último trimestre do último ano, apenas São Paulo, Espírito Santo e Bahia já revelaram em quanto ficou cada PIB. Todos negativos, segundo adiantou o Ipece em nota.

Setores produtivos

Para segurar o indicador e fazer com que ele não caia tanto, o Estado socorreu-se na agropecuária. O quinto ano de seca que abalou todos os reservatórios de água cearenses, o setor vem sendo o único do Ceará a apontar variações positivas e acumulava, até setembro de 2016, um crescimento acumulado de 1,26% sobre o mesmo período do ano anterior.

A indústria é o que mais vem sofrendo com a recessão econômica nacional que afetou o Estado, conforme acusa o Ipece a cada divulgação do PIB. O setor tem a maioria dos segmentos sob forte pressão negativa e acumulou, até o terceiro trimestre de 2016, uma queda de 7,23%. Apenas as indústrias ligadas ao segmento de Eletricidade, Gás e Água (SIUP) acumulou alta no último período analisado.

Principal setor produtivo do Ceará e responsável por empregar a maior quantidade de pessoas e movimentar o maior volume de recursos, o setor de Serviços não escapou ileso da recessão econômica. Comércio, Alimentação, Transportes, Intermediação Financeira e até Administração Pública, subsetores dos Serviços, registraram variações negativas no ano passado e levaram o setor a um resultado acumulado até setembro de -3,88%, segundo o Ipece.

Expectativas

Com o anúncio da queda ainda ontem (20), acompanhado de uma afirmação de recuperação ante os outros trimestre, espera-se no evento marcado para hoje (21) pelo Ipece a divulgação de um PIB não tão negativo como vinha acontecendo e com variação negativa mais próxima do equilíbrio financeiro do que o último relatório.

Queda

4

 

Por cento era o recuo acumulado em setembro do ano passado para a soma de todas as riquezas geradas no Ceará entre o primeiro e o nono mês daquele ano

Mais informações:

 

Divulgação do resultado do PIB do Ceará para 2016

Data: 21/3/2017

Local: Sala de reuniões do Ipece - Edifício Seplag, 2º andar - Cambeba

Horário: 14h30

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.